terça-feira, 30 de junho de 2015

O BRASIL ANEDÓTICO LXX


A MELHOR CARTA DE EMPENHO
Moreira de Azevedo - "Mosaico Brasileiro", pág. 145.
Era o Dr. João Gomes de Campos juiz na Corte, quando se apresentou na sua casa uma titular de grande estalão com uma carta de empenho, para que lhe fosse favorável no julgamento de uma causa.
- Minha senhora, tenha a bondade de abrir essa gaveta, - pediu o magistrado.
A dama puxou a gaveta, que se achava repleta de cartas para abrir.
- Que viu aí, minha senhora?
- Cartas; muitas cartas, ainda fechadas, dirigidas a V. Excia.
- Pois, deite a sua aí, minha senhora.
- Mas, Sr. Desembargador...
- Perdoe-me, minha senhora; tenho feito isso aos pobres e não posso ser mais generoso com os ricos.
E de pé, para despedi-la:
- A lei, minha senhora, é a melhor carta de empenho que me podem apresentar.

BATUTA DE MARINHEIRO
Moreira de Azevedo - "Mosaico Brasileiro", pág. 151.
Era o capitão-tenente Bento José de Carvalho, irmão do Visconde de Inhaúma, comandante da corveta Isabel, quando esta naufragou, em 1859, nas costas de Marrocos.
O sinistro ocorreu durante uma tempestade. As ondas, enormes e furiosas, varriam o navio, quando este, rebentado o casco e partidos os mastros, começou a afundar-se.
- A vida de um comandante, depois do naufrágio, é fardo que não se deve disputar às ondas! - gritou, em desespero, o bravo marujo.
E atirou-se ao abismo.

COTEGIPE PROFETA
A. J. de Araújo Pinho - "O Barão de Cotegipe no Rio da Prata", pág. 8.
O Barão de Cotegipe, com a sua preciência política, foi, pode-se dizer, o piloto avisado da marcha da monarquia. Pelos acontecimentos de que era testemunha, previa aqueles que se avizinhavam. Pelo vôo das gaivotas conhecia a aproximação da tormenta.
Em maio de 1888, comentando a abolição, previu que, dentro de pouco tempo, se iniciaria para o país uma fase revolucionária, a qual traria a nação convulsionada por muito tempo. E como alguns colegas, sorrissem, voltou-se para eles, exclamando, em tom profético:
Se eu me engano, lavrem na minha sepultura este epitáfio: "O chamado no século Barão de Cotegipe, João Maurício Wanderley, era um visionário"!

O FIM DE UM GÊNIO
Moreira de Azevedo - "Mosaico Brasileiro", pág. 161.
Álvares de Azevedo foi, talvez, o talento mais precoce que o Brasil já produziu. Nascido a 12 de setembro de 1831, faleceu a 25 de abril de 1852, contando, portanto, pouco mais de 21 anos, - o que não obstou nos tivesse deixado uma obra poética imperecível.
Ao sentir a aproximação da morte, que lhe vinha prematura em conseqüência da vida boêmia em que consumia a mocidade, pediu Álvares de Azevedo à sua mãe que se retirasse, ergueu-se no leito, encostou a cabeça ao peito do irmão, e, tomando a mão do pai, beijou-a com ternura.
- Que fatalidade, meu pai! - murmurou.
E fechou os olhos, para sempre.
Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Dilma exalta a mandioca e as “mulheres sapiens”


Por Reinaldo Azevedo
 
Dilma encheu a cara de cauim? Ou: Presidente exalta a mandioca e as “mulheres sapiens”, Ah, se Tupã se zanga com ela... Ou ainda: Nasce o “Homo sapiens stultus”
Dilma Rousseff espalhou sobre si mesma, ou alguém o fez por ela, a fama de leitora voraz. Lula, ao contrário, nunca quis se misturar com os livros. “Ler dá sono”, ele sentenciou certa feita. Depois do discurso que fez a presidente nesta terça, na cerimônia de lançamento da primeira edição dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, tenho de concluir que é melhor um petista dormindo do que ministrando aula de antropologia amadora. Os tais jogos ocorrerão em Palmas, no Tocantins, entre 20 de outubro e 1º de novembro. A presidente estava mesmo com Anhangá no corpo.
A mulher já cansou dessa conversa de ter de governar o Brasil. Joaquim Levy cuida da economia, e os peemedebistas têm de tourear os petistas na política. A ela sobrou o quê? O vasto terreno da reflexão. E ela mandou brasa nesta terça, na cerimônia havida no estádio Mané Garrincha, em Brasília.
Cantou as glórias da mandioca. Destaco um trecho transcrito em reportagem da Folha: “Nenhuma civilização nasceu sem ter acesso a uma forma básica de alimentação, e, aqui, nós temos uma, como também os índios e os indígenas americanos têm a deles. Temos a mandioca, e aqui, nós estamos e, certamente, nós teremos uma série de outros produtos que foram essenciais para o desenvolvimento de toda a civilização humana ao longo dos séculos. Então, aqui, hoje, eu tô saudando a mandioca, uma das maiores conquistas do Brasil”.
Tudo isso saiu, assim, de repente, num supetão, em reflexão certamente originalíssima. Um índio que estivesse com a cara cheia de cauim, a bebida de mandioca fermentada que deixava os nativos doidões, não teria produzido nada melhor. Ela não parou por aí, não. Resolveu evocar a Grécia antiga, relata o Estadão:
Foi em torno da paz que se recompôs aquilo que era a tradição grega que é transformar os jogos em um momento de união. Transformamos em um momento especial uma fase difícil do mundo que foi o entre guerras”. O barão Pierre de Coubertin se revirou no túmulo, né? Os primeiros jogos olímpicos da era moderna se deram em 1894, não no período entre guerras.
Que diferença faz? Anhangá estava no comando. Dilma discursou segurando uma bola feita de folha de bananeira. Havia chegado a hora da poesia antropológica. Refletiu então:
Aqui tem uma bola, uma bola que eu acho que é um exemplo. Ela é extremamente leve, já testei aqui, testei embaixadinha, meia embaixadinha… Bom, mas a importância da bola é justamente essa, é símbolo da capacidade que nos distingue”.
Não entendeu nada, leitor amigo? Vem a explicação:
Nós somos do gênero humano, da espécie sapiens, somos aqueles que têm a capacidade de jogar, de brincar, porque jogar é isso aqui. O importante não é ganhar e sim celebrar. Isso que é a capacidade humana, lúdica, de ter uma atividade cujo o fim é ele mesmo, a própria atividade. Esporte tem essa condição, essa bênção, ele é um fim em si. E é essa atividade que caracteriza primeiro as crianças, a atividade lúdica de brincar. Então, para mim, essa bola é o símbolo da nossa evolução. Quando nós criamos uma bola dessas, nós nos transformamos em homo sapiens ou mulheres sapiens”.
Por Tupã! Nós, os humanos modernos, somos do gênero “Homo”, da espécie “Homo sapiens”, da subespécie “Homo sapiens sapiens”. Dilma fez uma salada taxinômica que resultou no que só pode ser um gracejo, a “mulher sapiens”, já que “homo” de “Homo sapiens sapiens” não se refere nem a homem nem a mulher — na verdade, nem ao ser humano como o conhecemos, que pertence ao gênero “homo”, mas não é o único. Antes houve o Homo neanderthalensis, o Homo habilis, o Homo erectus, que ainda não cultivava a mandioca…
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que tem o apelido de “Índio”, estava entre os presentes. Dilma resolveu exaltar as suas qualidades adivinhatórias, já que meio indígena: “Se ele pular uma janela, pode pular atrás porque pode ter certeza de que ele achou alguma coisa absolutamente fantástica”.
A humanidade estava preparada para tudo, menos para o surgimento de uma derivação teratológica do “Homo sapiens sapiens”, que é o “Homo sapiens stultus”, o humano tipicamente petista, capaz de dizer e de fazer as mais grotescas estultices.
Fonte: Texto publicado originalmente no Blog do Reinaldo em 24/06/2015.

domingo, 28 de junho de 2015

CONSEQUÊNCIAS DA CRISE NA GRÉCIA! II

Nova versão
11. Hermes entrega currículo para trabalhar nos correios. Especialidade: entrega rápida.
12. Afrodite aceita posar para a Playboy.
13. Sem dinheiro para pagar os salários, Zeus libera as ninfas para trabalharem na Eurozona.
14. Ilha de Lesbos abre resort hétero.
15. Para economizar energia, Diógenes apaga a lanterna.
16. Oráculo de Delfos vaza números do orçamento e provoca pânico nas Bolsas.
17. Áries, deus da guerra, é pego em flagrante desviando armamento para a guerrilha síria.
18. A caverna de Platão abriga milhares de sem-teto.
19. Descoberto o porquê da crise: os economistas estão todos falando grego!!!
Fonte: Internet (circulando por e-mail). Sem autoria definida.

Nota do Editor: Em 13/01/2012, publiquei neste blog, quando a Grécia iniciava uma séria crise política e econômica, sob o título ÚLTIMAS NOTÍCIAS SOBRE A CRISE NA GRÉCIA, uma postagem que circulava por e-mails e disponível na internet, uma lista bem humorada, contendo 14 consequências da crise que se abatia naquele país. Agora, transcorridos mais de três anos, e na vigência do agravamento da situação grega, passou a circular um novo rol, também focado no panteão grego e em seus filósofos, que resgata algumas consequências da listagem precedente e a amplia, com outras criativas complicações, que divulgarei em duas postagens.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

CONSEQUÊNCIAS DA CRISE NA GRÉCIA! I


Nova versão
1. Zeus vende o trono para uma multinacional coreana.
2. Aquiles vai tratar o calcanhar na saúde pública.
3. Eros e Pan inauguram prostíbulo.
4. Hércules suspende os 12 trabalhos por falta de pagamento.
5. Narciso vende espelhos para pagar a dívida do cheque especial.
6. O Minotauro puxa carroça para ganhar a vida.
7. A Acrópole é vendida e aí é inaugurada uma Igreja Universal do Reino de Zeus.
8. Eurozona rejeita Medusa como negociadora grega:"Ela tem minhocas na cabeça!".
9. Sócrates inaugura Cicuta's Bar para ganhar uns trocados.
10. Dionísio vende vinhos à beira da estrada de Marathónas.
Fonte: Internet (circulando por e-mail). Sem autoria definida.

Nota do Editor: Em 13/01/2012, publiquei neste blog, quando a Grécia iniciava uma séria crise política e econômica, sob o título ÚLTIMAS NOTÍCIAS SOBRE A CRISE NA GRÉCIA, uma postagem que circulava por e-mails e disponível na internet, uma lista bem humorada, contendo 14 consequências da crise que se abatia naquele país. Agora, transcorridos mais de três anos, e na vigência do agravamento da situação grega, passou a circular um novo rol, também focado no panteão grego e em seus filósofos, que resgata algumas consequências da listagem precedente e a amplia, com outras criativas complicações, que divulgarei em duas postagens.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva

sábado, 27 de junho de 2015

Palestra: Fundamentos de Farmacoeconomia


A Faculdade de Farmácia, Odontologia e Enfermagem - UFC, por meio do seu Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF), realizou, de 24 a 26 de junho de 2015, no Auditório do Seara da Ciência, no Campus do Pici, o I Encontro do PPGCF.
Na manhã de ontem, dia 26 de junho de 2015, como parte da programação oficial, e na qualidade de professor convidado, apresentei a PalestraFundamentos de Farmacoeconomia”.
Um grande público, especialmente composto por docentes e alunos do PPGCF e do Curso de Farmácia da UFC, participou do evento.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor Titular do PPSAC-Uece

CONVITE: Celebração Eucarística da SMSL - Junho/2015


A DIRETORIA DA SOCIEDADE MÉDICA SÃO LUCAS (SMSL) CONVIDA todos para participarem da Celebração Eucarística do mês de JUNH/2015, que será realizada HOJE (27/6/2015), às 18h30min, na Igreja de N. S. das GRAÇAS, do Hospital Geral do Exército, situado na Av. Des. Moreira, 1.500 – Aldeota, Fortaleza-CE.
CONTAMOS COM A PRESENÇA DE TODOS!
MUITO OBRIGADO!

Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Sociedade Médica São Lucas

sexta-feira, 26 de junho de 2015

AIDS etc.


Pedro Henrique Saraiva Leão (*)
Registra-se em São Paulo epidemia de Dengue. Mais um surto, ou aumento repetitivo do número de casos em determinada região. Quando acomete todo um povo temos uma pandemia, como a corrupção no Brasil, oficializada e institucionalizada em 2003. Nossos ancestrais, os hominídeos, viviam em grupos de 50-100 indivíduos apenas. As congregações maiores ensejaram contaminações em massa e a difusão das zoonoses, notadamente a salmonelose, e dos agentes sifilíticos.
Tais pragas vitimaram a humanidade nos tempos mosaicos (bíblicos, relativos a Moisés), e foram descritas por Homero, na “Ilíada”, Publius Ovídius Naso, nas “Metamorfoses”, e Dionisio Halicarnasso, tendo este comentado a moléstia irrompida 461 anos a.C. Sobressaíram na Idade Antiga as epidemias de Atenas, a Antonína, e aquela do século III da era cristã. A primeira dessas, em 430 a.C. foi relatada por Tucídides, na sua “História da Guerra do Peloponeso”. As três teriam sido o mesmo morbo, sendo a terceira delas, a mais mortífera, autora de 5.000 mortes/dia. A peste bubônica, ou peste negra, instalou-se na Europa no século VI cristão. Em Florença, de 1346-1350 dizimou 600.000 pessoas e inspirou o escritor Giovanni Boccaccio (Paris, 1313 – Itália, 1375) para seu notável poema “Decameron”. Na Inglaterra de 1615 ceifou quase 70.000 vidas. Em Milão, no século XV foi o tópico do romance “I Promessi Sposi”, de Alessandro Manzoni (+1873).
Ratificava-se assim a antiga aliança entre medicina e literatura. Acreditam os historiadores que ditas apocalípticas hecatombes foram espraiadas pelos ratos das embarcações usadas pelos cruzados. Curiosamente, os pesquisadores não conseguem entender bem o vaivém das epidemias no tempo, e onde grassam. Ainda surpreendem-se com o desaparecimento da peste bubônica no Ocidente (séculos XVII e XVIII), e/ou a persistência da malária, findo o século XX na África, Ásia e América do Sul.
Quanto à Aids, o primeiro caso teria sido diagnosticado em dezembro de 1980, no New York Hospital, em paciente apresentando também pneumonia por Pneumocystis carinni. Casos outros havia subjacentes na África. O estranho padecimento traduz-se por um acrograma em inglês para síndrome de imunodeficiência adquirida, ou Sida, no Brasil.
Entre nossos irmãos portugueses, ingênuos mas exatos, seria Dias, Doença Imunológica Adquirida por Sacanagem. Em 1983 Luc Montagnier e Robert Gallo descobriram o vírus HIV como responsável. Aludido flagelo pandêmico reduz a imunidade, favorecendo tumores e infecções outras. Transmite-se pelo sexo desprotegido, por transfusões sanguíneas, e permeando a placenta. Acredita-se que igualmente pela saliva, pelo suor, e pelas lágrimas. No Ceará, entre 1983 e 2014 registraram-se 14.732 casos.
Mercê de mutações rápidas, ainda inexistem vacinas ou remédios específicos. Contudo, promissores são os atuais estudos genéticos americanos. Entre estes os brasileiros Michel Nussenzweig e Marina Caskey desenvolvem potente anti-corpo contra o HIV. Deus ilumine os cientistas, pois outras viroses mortais nos espreitam. “Fiat Lux”.
 (*) Médico. Professor Emérito da UFC. Ex-presidente e atual secretário geral da Academia Cearense de Letras.
Fonte: O Povo, Opinião, de 27/5/2015. p.10.

quinta-feira, 25 de junho de 2015

A Uece e seus serviços ao desenvolvimento (2)


José Jackson Coelho Sampaio (*)
A pós-graduação stricto sensu ocorre desde 1992, hoje com 10 mestrados profissionais, 17 mestrados acadêmicos e 10 doutorados, que matriculam 1.051 mestrandos e 415 doutorandos. Ao longo destes anos formaram-se 2.588 mestres e 339 doutores. O MP em Saúde da Família e o DO em Biotecnologia lideram grandes redes nordestinas. Os PPG em Saúde Coletiva, Linguística Aplicada, Geografia e Educação e o MP em Planejamento de Políticas Públicas apoiam importantes ações estaduais. Dois cursos são nota 5 na Capes e o PPG em Ciências Veterinárias tem nota 6, o topo cearense.
A pesquisa científica refere 161 grupos cadastrados no CNPq, que agregam 517 doutores, por meio da realização de 416 projetos desenvolvidos a partir de 120 laboratórios de ensino e pesquisa. Na última década estes doutores publicaram 712 livros e 6.258 artigos em periódicos indexados. A Editora da Uece lançou 315 livros e 15 periódicos.
A extensão social registrou 101.716 pessoas atendidas em 2014. Estão ativos 95 projetos, por meio de 15 laboratórios dos quais se destacam Orquestra Sinfônica, Núcleo de Línguas, WebRadio Ajir, Serviço de Psicologia Aplicada e UeceVest. Temos 410 parceiros, entre eles 329 empresas que oferecem estágio não obrigatório. A transcendência das ações é indicada pela importância de parceiros, como Unesco, Unipaz, BNB, Instituto Aliança, Dell, CDL, Fundação Demócrito Rocha e Fundação Deusmar Queiroz.
A inovação tecnológica ampara-se em Incubauece, NIT e TecParque. A incubadora, de 1997, tem demanda de 21 empresas, 5 incubadas e 2 associadas. O NIT, de 2007, aplica norma de propriedade intelectual e apresenta 32 depósitos de patentes de inovação, modelos de utilidade, registros de software e marca. O TecParque, de 2013, foca biotecnologia, energias renováveis e tecnologia da informação, em parceria com o Instituto de Tecnologia em Energias Renováveis/Senai e 4 Empresas Juniores.
Assim é a Uece, 8ª entre as 38 estaduais brasileiras no ranking Folha 2014, fantástico equipamento que qualifica intelectualmente o povo cearense e impulsiona o desenvolvimento do Estado.
(*) Professor titular em saúde pública e reitor da Uece.
Publicado In: O Povo, Opinião, de 20/6/15. p.10.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

40 ANOS: a Uece e seus serviços ao cearense (1)


José Jackson Coelho Sampaio (*)
A Uece faz 40 anos em 2015 e nasceu agregando cursos históricos no Ceará como Enfermagem, Filosofia, Serviço Social, Veterinária e Administração. A sociedade cearense conhece seu pioneirismo em interiorização do ensino superior, formação de professores para a educação básica e inclusão social. Ela oferece ½ de suas vagas em cursos noturnos e acolhe 2/3 de seus alunos entre as famílias com renda mensal inferior a três salários mínimos.
A nossa graduação tem portfólio de 19 mil alunos atuais e 60 mil profissionais formados por meio de seus 79 cursos de graduação, dos quais 60 presenciais: 31 licenciaturas no interior (Limoeiro, Quixadá, Iguatu, Tauá, Crateús, Itapipoca); 14 licenciaturas e 15 bacharelados na capital, entre os quais os históricos e os mais novos, como Medicina e Psicologia. Os demais são 10 licenciaturas por Ensino a Distância (EaD) para 19 polos, seis formações docentes para professor da educação básica e três projetos especiais - pedagogia do campo, intercultural indígena e serviço social do campo.
A Uece é a única universidade cearense autorizada a oferecer ensino técnico de nível médio e o faz desde 1975. A Unidade de Educação Profissional foi criada em 2007 e hoje matricula 545 alunos, tendo formado 11.352 alunos, por meio de quatro cursos, em seus quatro polos: Fortaleza, Jaguaretama, Jaguaribara e Pereiro. Mais ofertará a partir da adesão ao Pronatec, que credenciou 204 projetos de extensão.
A oferta de pós-graduação lato sensu ocorre desde 1984. O portfólio de 358 cursos apresenta 57 ativos, com 2.049 matrículas, já tendo formado 14.223 especialistas. Nas décadas 1980/90, a Uece constituiu um dos polos de Especialização da Capes/MEC para a formação de professores de universidades públicas das regiões Norte e Nordeste. Nas décadas 1990/00, amparamos política do Governo do Ceará que identificou grande volume de professores da educação básica sem especialização.
Sobre pós-graduação, extensão e inovação tecnológica ver-se-á em junho.
(*) Professor titular em saúde pública e reitor da Uece.
Publicado In: O Povo, Opinião, de 30/5/15. p.10.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Palestra e Lançamento de “Instituto do Câncer do Ceará: 70 anos de conquistas”



Dirigentes do ICC e do Instituto do Ceará ao término da exposição.
 Na tarde de ontem (segunda-feira), dia 22 de junho de 2015, aconteceu no Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico), a sessão solene em comemoração aos 70 anos do Instituto do Câncer do Ceará - ICC, com a palestra: “Instituto do Câncer do Ceará: 70 anos de conquistas”, sob a nossa responsabilidade e o lançamento do livro de mesmo título, de nossa autoria.
Compareceram ao evento sócios do Instituto do Ceará, dirigentes e gestores do ICC e convidados.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Sócio do Instituto do Ceará e médico do ICC

segunda-feira, 22 de junho de 2015

E PARA ONDE VAMOS?


Antero Coelho Neto (*)
Como tenho destacado há anos, principalmente neste Jornal, para termos boa qualidade de vida, é necessário desenvolver dois condicionantes fundamentais (educação e saúde) e os secundários (estilos de vida e ambientes saudáveis). Os países desenvolvidos mostram isto com ótimos exemplos. E o que temos destacado, é que saúde e educação constituem “dupla” relacionada e articulada. Não conhecemos nenhum país que tenha desenvolvido uma sem a outra. Assim também, como os princípios secundários, são sempre desenvolvidos em conjunto. E, pesquisas em renomadas universidades, têm demonstrado que eles são responsáveis por até 70% de nossa longevidade. E agora, quando a quantidade de idosos aumenta, se tornam evidentes e chegam a ser destaques permanentes na imprensa e na internet mundial. Assim, este meu “Delenda Cartago”, e que me perdoem os leitores pela repetição.
Em meu artigo de março escrevi: “alegra-me, neste momento tão importante da vida brasileira, saber que o governador de nosso Estado, convidou um profissional de alta competência, como o dr. Carlile Lavor, para secretário de Saúde. Trabalhamos e aprendemos juntos e, tenho certeza, sabe o que deve ser feito. Que lhe sejam dados os elementos necessários para a implantação de indicada saúde pública. Sem dinheiro e profissionais capacitados para a saúde pública brasileira, jamais vamos alcançar boa qualidade de vida”. Carlile participou de vários de nossos programas de rádio, “Novas Idades”, na FM Universitária, e soubemos de seus conhecimentos e desejos para a saúde pública.
Não passaram dois meses após nosso artigo, e a imprensa cearense se encheu de notícias, de entrevistas com Carlile, do porque de sua saída e a situação de nossa saúde pública. A história continua se repetindo e agora, ainda mais complicada com a falta de planos futuros prospectivos, ausência de verbas e de administração participativa, grande disputa política, diversidade de partidos pro e contra o governo e a falta de decisões para valorizar a saúde. E, conjuntamente, a imprensa continua destacando as grandes dificuldades no processo educacional do país. Universidades, centros educacionais e escolas com problemas financeiros e falta de pessoal capacitado.
Os jornais brasileiros e os canais de televisão estão cheios de notícias destacando os problemas com a saúde e a educação. Para mim, médico velho, também preocupado com a “qualidade da morte”, mais a coisa se complica. Quando aumentam as dores, os problemas osteo-articulares, problemas musculares, necessidades de muitos exames laboratoriais, perda da memória cognitiva, dedutiva e interpretativa e dificuldades para manutenção de atividade física, mais e mais verificamos as carências existentes. E de uma medicina paliativa de que poucos falam. Alguns brasileiros buscam uma maior religiosidade, mas muitos, os jovens, infelizmente, se destacam na violência e nas drogas. Para nós, então, as únicas saídas são: educação, saúde, estilos de vida e ambientes saudáveis, com ajuda da medicina paliativa, religiosidade e organizações sociais participativas. Será que vamos alcançar este futuro feliz?
(*) Médico, professor e ex-presidente da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: O Povo, Opinião, de 27/5/2015. p.10.

domingo, 21 de junho de 2015

PESAR POR PROF. MOTA PONTES


É com pesar que assinalo aqui o falecimento hoje, 21 de junho de 2015, do Dr. ANTÔNIO MOTA PONTES, médico formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em 1954, e um dos primeiros especialistas em Urologia no Ceará.
Ingressou na docência de Urologia da Faculdade de Medicina da UFC, como professor auxiliar em 1955, com exercício no Departamento de Cirurgia, aposentando-se, em 1986, na condição de professor adjunto IV.
Exerceu intensa atividade profissional no Serviço de Urologia da Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza, instituição que o teve como dirigente e provedor, e no Serviço de Urologia do Hospital Geral de Fortaleza, serviço do qual foi um dos fundadores.
Foi um dos fundadores da Secção Ceará da Sociedade Brasileira de Urologia, tendo presidido a entidade no biênio 1980-81. Era membro honorário da Academia Cearense de Medicina, desde 25 de abril de 2002, e também sócio da Sociedade Médica São Lucas.
Recentemente, publicou o livro “História Documental da Urologia no Ceará”, obra que não chegou a lançar por circunstâncias alheias à sua vontade.
O corpo do confrade acadêmico encontra-se hoje no velatório Ternura, com missa de encaminhamento às 9h, de amanhã (22/06/15), seguida de sepultamento no Cemitério Jardim Metropolitano, às 10h15min.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Da Academia Cearense de Medicina

O MÊS DE MARIA


Por Pe. Brendan Coleman Mc Donald
A Igreja Católica sempre tributou a Maria uma veneração, uma imitação, um amor muito especial desde o início do cristianismo. O motivo é porque ela é a Mãe de Jesus, o Filho de Deus e nosso Salvador e Redentor
Estamos no mês de maio de 2015. Para católicos é o mês de Maria, Mãe de Deus. Muitas vezes nós católicos somos objetos de crítica por causa de nossa devoção a Nossa Senhora. Alguns chegam até a nos acusar de adoradores de Nossa Senhora ou de idólatras, porque confunde o culto cristão a Maria, representada numa imagem, com a adoração que prestamos unicamente a Deus. O culto prestado a Maria se dirige a ela e não à imagem e está fundamentado no papel singular que ela desempenhou e desempenha na história da salvação ao ser escolhida para ser a mãe do Filho de Deus, Jesus Cristo. O Concílio Vaticano ll referindo-se à devoção à Virgem Maria, no capítulo 8 da Constituição Dogmática “Lumen Gentium” reafirmou a doutrina e a devoção de venerar a Mãe de Deus sempre Virgem. No número 69 da referida constituição o Concílio exorta “Todos os fiéis dirijam súplicas insistentes à Mãe de Deus e Mãe dos homens, para que ela, que assistiu com suas orações aos alvores da Igreja, também agora, exaltada no céu acima de todos os anjos e bem-aventurados interceda junto de seu Filho, na comunhão de todos os santos, para que todas as famílias dos povos, quer se honrem do nome cristão quer desconheçam ainda o seu Salvador, se reúnam felizmente, em paz e concórdia, no único povo de Deus, para glória da santíssima e indivisa Trindade”. A celebração condigna do mês de maio encontra-se, assim, perfeitamente dentro do espírito do Concílio Vaticano ll. Além disso, é uma excelente oportunidade para inculcar nos fiéis os fundamentos teológicos da devoção à Maria, especialmente na perspectiva de Mãe de Deus.
A Igreja Católica sempre tributou a Maria uma veneração, uma imitação, um amor muito especial desde o início do cristianismo. O motivo é porque ela é a Mãe de Jesus, o Filho de Deus e nosso Salvador e Redentor. Jesus sendo o Filho de Deus é igual ao Pai e ao Espírito Santo. A Jesus devemos o culto máximo de adoração. Maria sendo uma criatura como nós, não deve receber o culto de adoração, mas de veneração (hiperdúlia), amor e imitação. Maria é a Mãe de Deus porque ela é a Mãe de Jesus e Ele é Deus. O Concílio de Éfeso que o ocorreu no ano 431 com mais de 200 bispos presentes declarou solenemente o dogma mariano católico afirmando que Maria é Mãe de Deus.
Através do termo “theotokos” que em grego significa Geradora de Deus, aquele Concílio proclamou que Maria é Mãe de Deus. A maternidade divina de Maria é o fundamento de todos os outros seus privilégios e a razão do lugar especial que ela ocupa no culto da Igreja Católica e na devoção do povo cristão.
A própria Bíblia nos mostra que Maria tem o direito ao título de Mãe de Deus. Ela está presente na Bíblia desde o Antigo Testamento. Quando o Livro de Gênesis fala da mulher que esmagará a cabeça da serpente (Gn 3, 15), essa vitória definitiva sobre o mal é obra do Messias, Jesus, e sua mãe. Em Isaias 7, 14 encontramos a frase: “O Senhor mesmo vos dará um sinal: Eis a Virgem que concebe e dá à luz um filho que se chamará Emanuel”. Emanuel é uma palavra hebraica, que na tradução literal significa “Deus conosco”. Exprime uma presença particular e pessoal de Deus no mundo. Porém, o texto mais citado para provar que Maria é a Mãe de Deus é Lucas 1, 30-35: “O anjo disse a Maria: não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, e o chamarás com o nome de Jesus. 
Ele será grande, será chamado Filho de Altíssimo”... “Maria, porém, disse: como acontecerá isso, se eu não vivo com nenhum homem?”. O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai te cobrir com sua sombra, por isso o Santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus”. Maria também é nossa mãe. Portanto, neste mês dedicado a ela vamos aproveitar de seu poderoso poder de intercessão junto com seu Filho para agradecê-lo e pedir as graças que estamos precisando.
Brendan Coleman Mc Donald é padre redentorista e assessor da CNBB Reg. NE.
Fonte: O Povo, de 3/5/2015. Espiritualidade. p.8.

ENCÍCLICA. A carta de Francisco ao m



Papa Francisco: encíclica sugere mudança de paradigma
Batizada de "encíclica verde", a mensagem do papa Francisco contida na carta "Louvado seja" estabelece relação entre esgotamento de recursos naturais e pobreza
Por Henrique Araújo, jornalista de O Povo.
Mais que preocupação com a mudança climática e o impacto nas vidas de cada um, a encíclica papal “Louvado seja”, divulgada na última quinta-feira, volta-se à desigualdade global como subproduto do esgotamento do meio ambiente.
Textualmente, o papa Francisco não deixa margem a qualquer dúvida: ocupar-se do homem é ocupar-se da morada de todos.
A mensagem é radical, terna e revolucionária como os evangelhos.
O ambiente humano e o ambiente natural degradam-se em conjunto; e não podemos enfrentar adequadamente a degradação ambiental se não prestarmos atenção às causas que têm a ver com a degradação humana e social”, afirma a circular do Vaticano.
Coligindo dados sobre aquecimento global e distribuição de renda, a encíclica estabelece relação direta entre pobreza e esgotamento dos recursos naturais. É, talvez, o aceno mais significativo da Santa Sé à teologia da libertação, doutrina segundo a qual não se apartam a Terra e o vivente.
Eis aí a súmula das 160 páginas da mensagem de José Bergoglio, o argentino que se tornou Francisco e abraçou o legado de humanidade do santo. Primeiro, o alerta de que o paradigma fundado no consumo excessivo e restritivo levará todos ao abismo.
Depois, a esperança: unidos por habitarmos uma morada comum, somos convocados a inventar outros modos de coletividade.
O documento opera uma crítica tão abrangente quanto inédita na própria igreja, aludindo mais ao terreno que ao divino. Nela, quase nada é dito sem que tenha conexão com o dia a dia das pessoas. Por exemplo: ao falar sobre a derrocada do sistema financeiro em 2008, o papa sugere um redesenho das prioridades globais, de modo a reduzir a velocidade de consumo e favorecer os mais pobres. A palavra-chave é equidade, mas também racionalidade.
É como se o pontífice aliasse a melhor ciência ao espírito transformador que está na base dos ensinamentos de Cristo. Ou como se se apropriasse da análise de Thomas Piketty, teórico para quem o crescimento da riqueza não tem resultado em menos desigualdade, e do voluntarismo de Barack Obama.
É mais que qualquer líder das nações poderosas já disse sobre a injustiça e a ganância neste início de século XXI.
Obama elogiou enfaticamente a escritura. “Admiro profundamente a decisão do papa para pedir ações contra a mudança climática de forma clara, forte e com toda a autoridade moral que sua posição lhe confere”, disse o presidente norte-americano.
Jornalista e escritor espanhol, Juan Arias explica o entusiasmo de Obama com a encíclica: “Em um mundo órfão de líderes mundiais capazes de imporem-se por sua força moral, a arriscada decisão do papa de dedicar sua primeira encíclica não ao céu, mas à Terra, condenando os responsáveis pelo holocausto ecológico, o consagra como uma grande líder mundial não somente espiritual, mas também social e até mesmo político”.
Aos poucos, é o que Francisco tem se tornado: uma voz de alcance global que extrapola o mundo cristão. É impossível não se deixar afetar por sua mensagem.
Repercussão
Escrevendo sobre o caráter excepcional da encíclica “Louvado seja - sobre o cuidado da casa comum”, do papa Francisco, o teólogo brasileiro Leonardo Boff afirmou:
É a primeira vez que um papa aborda o tema da ecologia no sentido de uma ecologia integral (que vai além, portanto, da ambiental). Grande surpresa: elabora o tema dentro do novo paradigma ecológico, coisa que nenhum documento oficial da ONU até hoje fez.
A íntegra da encíclica pode ser lida gratuitamente no endereço eletrônico: http://bit.ly/1Lhax37
Fonte: Osservatore Romano/AFP. O Povo, de 21/6/2015. Reportagem. p.24.

sábado, 20 de junho de 2015

MISTÉRIOS DO SANTO SUDÁRIO


Conheça quatro teorias que tentam explicar os mistérios do Santo Sudário

Por BBC / Brasil

Peregrinos diante do Santo Sudário, na Catedral São João Batista, em Turim.


No domingo (21/06/15), o papa Francisco vai "venerar" o famoso Santo Sudário, que para alguns é o tecido que envolveu o corpo de Jesus Cristo e, para outros, é um artefato produzido durante a Idade Média.

Seja como for, saber como o tecido acabou registrando a imagem de um homem segue sendo um mistério.
O escritor especializado em ciência Philip Ball discute, abaixo, as teorias envolvendo o Santo Sudário:
Em um comunicado cauteloso, o arcebispo de Turim disse que o papa "confirma sua devoção ao sudário que milhões de peregrinos reconhecem como um sinal do mistério que envolve a paixão e a morte de Cristo".
É possível notar que ele não mencionou nada sobre sua autenticidade. A Igreja Católica não assume uma posição oficial sobre isso, afirmando apenas que é uma questão para ser investigada cientificamente.
Desde que um teste com carbono-14, feito em 1989, afirmou que a peça teria cerca de 700 anos, a Igreja tem evitado dizer muito além de que o tecido é um ícone da devoção cristã.
Mas apesar da disputa sobre sua idade, os enigmas sobre o objeto vão muito além. Um amplo estudo feito em 1978 por uma equipe de especialistas internacionais --no projeto que ficou conhecido como Sturp (sigla para Shroud of Turin Research Project) não chegou a uma conclusão sobre como o tecido carrega a impressão de um homem barbado aparentemente com ferimentos de crucificação.
Não faltam hipóteses.
Alguns sugerem que a imagem no tecido passou por um processo natural, outros afirmam que é obra de falsificadores medievais e há ainda que defenda que está relacionado à ressurreição.
Mas essas hipóteses têm algum mérito? Conheça as principais teorias a respeito do misterioso tecido:

1. É uma pintura
Se isso for verdade, análises químicas poderiam identificar os pigmentos usados, assim como restauradores fazem com pinturas clássicas. Mas a equipe do Sturp não encontrou evidências de nenhum pigmento ou de corante suficiente para explicar a imagem. Eles também não encontraram sinais de pinceladas.
Na verdade, a imagem no tecido de linho é difícil de se ver a olho nu. Ela não foi identificada até 1898, quando ficou evidente no negativo da foto tirada pelo fotógrafo italiano Secondo Pia.
A leve coloração do linho não é causada por alguma substância aplicada no tecido. Na verdade, é o próprio material das fibras que acabaram escurecendo.
E, ao contrário dos principais métodos de pintura e tingimento, a coloração no tecido não pode ser dissolvida, descolorida ou alterada com agentes químicos.
A equipe do Sturp afirmou que a imagem é a forma real de um homem "em sofrimento e crucificado... e não a produção de um artista".
Os pesquisadores afirmaram que há gotas de sangue genuínas no tecido, inclusive com o tipo sanguíneo (AB). Também haveria traços de DNA humano.
Mas isso não impediu que o americano Walter McCrone, que é consultor na área de química e havia colaborado com o Sturp, afirmasse que as manchas vermelhas não eram sangue, e sim minúsculas partículas de um pigmento vermelho ou ocre.
Assim como qualquer outro tipo de teoria sobre o sudário, a versão de McCrone é contestada e, atualmente, poucos a levam em consideração.
Há ainda a teoria de que a imagem teria sido feita a partir de uma imagem de uma estátua em baixo relevo. Mas análises físicas e químicas da imagem não sustentam essa ideia. 

2. É resultado de um processo natural
Se a impressão no tecido foi feita pelo escurecimento de suas fibras, o que levou a esse processo? Um dos especialistas que analisou o sudário, Raymond Rogers, argumentou em 2002 que uma simples transformação química seria responsável pelo processo.
Segundo ele, até mesmo temperaturas moderadas de um corpo podem descolorir os compostos que formam as fibras de algodão de um tecido.
Essa é uma ideia simples, mas há poucas evidências para se provar isso nessas circunstância particular. Não é algo que acontece sempre em mortalhas funerárias.
Outra ideia é a de que a descoloração das fibras foi causada por uma reação química provocada por substâncias corporais. 

3. É uma fotografia
A foto de Pia mostrou que a imagem no pano era negativa: escura onde deveria ser clara. Isso aprofundou o mistério e o próprio Pia sugeriu que o sudário poderia ser um tipo primitivo de fotografia.
Essa ideia é apoiada pelo historiador sul-africano Nicholas Allen, que afirma que isso poderia ter sido conseguido ao se usar materiais e conhecimentos que estavam ao alcance de eruditos medievais, muitos antes da fotografia ter sido oficialmente inventada.
O que está por trás dessa ideia é o composto químico nitrato de prata, presente nas emulsões usadas no processo fotográfico no século 19.
O nitrato de prata de fato é conhecido desde a Idade Média, segundo Allen. Ela afirma que o composto foi citados em obras do século 8 e do século 13.
Ele pode ter sido usado no pano em uma sala escura e depois exposto à luz do sol por meio de uma lente feita de quartzo, já que a prata escurece com raios ultravioletas, que o vidro absorve, mas o quartzo, não.
Allen fez réplicas do sudário usando essa teoria. Mas a maneira como a imagem fica no pano quando a prata é removida e o modo que falsificadores medievais trabalhavam na época trazem problemas à teoria.
Assim como várias dúvidas sobre a forma exata e o contraste da imagem se ela tivesse sido feita dessa maneira. Por isso, muitos consideram a ideia de Allen mais ingênua do que plausível. 

4. É resultado de algum tipo de liberação de energia
De acordo com um grupo de cientistas chamado Yahoo Shroud Science Group, a hipótese envolvendo a ressurreição de Jesus não pode ser descartada.
"Hipóteses ligadas a uma fonte de energia vinda de um Homem envolto em algo e outros correlacionados a descargas eletrostáticas causadas por um campo elétrico", diz o grupo.
Visto que essa hipótese parece evocar processos desconhecidos da ciência, que presumidamente ocorreriam durante o retorno da morte, é tecnicamente certo dizer que a ciência não pode refutá-la nem, na verdade, dizer muito sobre ela.
Mas isso não impediu alguns cientistas de opinar. O químico Giulio Fanti, da Universidade de Pádua, propôs que as camadas superiores do tecido teriam sido queimadas por uma explosão de "energia radiante" que partiu do próprio corpo.
Ele cita o episódio bíblico da Transfiguração de Cristo e cita Lucas 9:29: "Enquanto orava, a aparência do seu rosto foi se transformando e suas roupas ficaram alvas e resplandeceram como o brilho de um relâmpago.”
Isso, se falado de uma maneira educada, é uma evidência bem circunstancial. Mas Fanti sugere que se deveria ao menos testar se fontes artificiais desse tipo de radiação podem produzir um resultado similar no linho.
Fonte: UOL Notícias, de 19/06/2015. (Reuters/ Distribuída por BBC).
 

CONVITE: Instituto do Câncer do Ceará: 70 anos de conquistas



Os Presidentes do Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico), Ednilo Soárez, e do Instituto do Câncer do Ceará - ICC, Lúcio Alcântara, convidam V. Sa. à sessão solene em comemoração aos 70 anos do ICC, com a palestra: “Instituto do Câncer do Ceará: 70 anos de conquistas” e o lançamento do livro de mesmo título, de responsabilidade do Prof. Dr. Marcelo Gurgel Carlos da Silva, sócio do Instituto do Ceará, médico do Instituto do Câncer do Ceará e professor titular da UECE.
Data: 22 de junho de 2015 (segunda-feira).
Horário: 15 horas.
Local: Instituto do Ceará – Rua Barão do Rio Branco, 1.594 – Praça do Carmo, em Fortaleza-CE.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Missa de Sétimo Dia por Prof. Dr. Ruy Laurenti


O médico Ruy Laurenti, ex-reitor da Universidade de São Paulo (USP) e membro do Conselho Superior da FAPESP de 1993 a 2000, morreu em 12/06/2015, aos 83 anos.
Ruy Laurenti era membro titular da Academia de Medicina de São Paulo, Professor Emérito da USP e Pesquisador Emérito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A missa de sétimo dia em sufrágio de sua alma será celebrada nesta sexta-feira, dia 19/06/2015, às 19h, na Igreja Santo Antônio do Caxingui - Av. Prof. Francisco Morato, altura do nº 2.000 (sentido Cidade-Bairro), em São Paulo-SP.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da UECE

quinta-feira, 18 de junho de 2015

ADEUS AO MESTRE RUY LAURENTI


Prof. Dr. Ruy Laurenti
 
A saúde pública e, em especial, a epidemiologia no Brasil vestem-se de luto diante de tão sentida perda, com o desaparecimento deste mundo menor do professor doutor Ruy Laurenti, no último dia 12/6/2015. Fui um dos seus felizardos, pois o tive como orientador de mestrado e de doutorado, notadamente, porquanto, mais do que uma mera e usual relação tutelar de orientação, mantivemos, por cerca de 35 anos, a contar de 1979, um relacionamento de amizade e de afiliação científica.
Por todos esses anos, invariavelmente, conversávamos, por telefone, em datas bem especiais, como em seu genetlíaco e no período natalino. Em muitas oportunidades estivemos juntos, tanto em minhas viagens de estudos à pauliceia como nas dele à capital cearense, ou nos congressos e reuniões científicas levadas a efeito em outras cidades.
Como um pai que se orgulha pelo progresso do filho, o estimado mestre demonstrava entusiasmo ao tomar conhecimento de um possível feito desse seu pupilo platicéfalo, que, daqui da terra alencarina, distante geograficamente do eixo Rio-São Paulo, subsistiu produzindo, incansavelmente, como docente e profissional do campo da saúde pública, e que, paralelamente, enveredou pela via literária, auferindo o epíteto de polígrafo, lastreado em mais de 80 livros publicados, entre científicos, técnicos e literários, cobrindo diferentes gêneros.
Sobre o professor Ruy, ao ensejo da sua chegada à idade da aposentadoria compulsória, publiquei, em 21/10/2001, no jornal O POVO, de Fortaleza, um artigo enaltecendo-o, como um dos principais epidemiologistas brasileiros, e conclamando a que a Universidade de São Paulo, instituição da qual fora reitor, o retivesse em seus quadros, uma vez que ele muito teria a contribuir, como de fato aconteceu por quase três lustros.
Descansa em paz, querido mestre! Com o meu condoído adeus, despeço-me.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular de Saúde Pública - Uece

Publicado In: O Povo, de 18/06/2015. Opinião p.10.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Convite lançamento de “CAPRICHOS DO DESTINO”


Affonso Taboza Pereira, ilustre sócio do Instituto do Ceará (Histórico Geográfico e Antropológico), convida para o lançamento de seu novo livro, o romance Caprichos do Destino.
A apresentação da obra será feita pelo Dr. Lúcio Alcântara, membro da Academia Cearense de Letras e do Instituto do Ceará, e ex-governador do Ceará.
Local: Náutico Atlético Cearense / Salão Nobre.
Data: 18 de junho de 2015 (quinta-feira) Horário: 19h30min.
Traje: Esporte fino.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Do Instituto do Ceará

terça-feira, 16 de junho de 2015

PESAR POR PROF. DR. RUY LAURENTI


Consternado, noticio o falecimento do Prof. Ruy Laurenti, acontecido em São Paulo-SP, na sexta-feira passada, dia 12/06/2015, após longo período de enfermidade, que o retirou das lides laborais.
Foi ele um dos mais renomados epidemiologistas brasileiros, detentor de notório reconhecimento nacional e internacional. Dedicou-se, com afinco, às Estatísticas de Saúde, sendo uma referência nos estudos de mortalidade e na Classificação de Doenças.
Era professor titular aposentado da Universidade de São Paulo (USP), instituição em que ocupou graduados postos, como diretor da Faculdade de Saúde Pública, Vice-Reitor e Reitor. Seguia em atividade como docente permissionário da Universidade e era diretor do Centro Colaborador da OMS para a Família de Classificações Internacionais, e consultor da Rede Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA.
Fui um privilegiado, pois eu o tive como Orientador de Mestrado e de Doutorado em Saúde Pública na Faculdade de Saúde Pública da USP. Mais do que um Orientador encontrei nele o grande amigo.
A reciprocidade é verdadeira, porquanto, na passagem dos meus 50 anos de vida, ele me brindou com uma mensagem intitulada: “Marcelo Gurgel: 23 anos de amizade”, na qual manifestava o apreço que a mim reservava.
Meus sinceros pêsames à sua digníssima esposa Dra. Rose, aos filhos Ruyzinho e Renato, e às netas Ana Clara e Milena.
Que Deus o tenha entre os seus eleitos nos páramos celestiais.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular do PPSAC-UECE

RACISMO

Por Affonso Taboza (*)
Email que circulou na Internet, retirado do programa “60 Minutos” de estação de TV americana. O entrevistador, Mike Wallace, lança perguntas para o entrevistado Morgan Freeman, 75, ator e diretor cinematográfico negro americano:
Mike: Mês da consciência negra. Que acha disso?
Morgan: Ridículo.
Mike: Por quê?
Morgan: Você vai confinar toda a minha história em um único mês. Ora, por favor... O que você faria com sua história? Qual é o mês da consciência branca?
Mike: Bem... sou judeu.
Morgan: Ok... Qual o mês da consciência judaica?
Mike: Não existe.
Morgan: Oh...oh... Por que não? Você quer que exista um?
Mike: Não, não.
Morgan: Tudo bem. Eu também não. Não quero um mês da consciência negra. A história dos negros é a história da América.
Mike: E como vamos nos livrar do racismo?
Morgan: Parando de falar sobre isso. Vou parar de chamá-lo de branco. E o que lhe peço é que pare de me chamar de... negro. Eu o conheço por Mike Wallace. Você me conhece por Morgan Freeman.
Lição cristalina tiramos desse diálogo. Se queremos acabar com o racismo ou aliviá-lo, paremos de falar sobre isso. Racismo no Brasil sempre existiu e existirá. Só que, até 20 ou 30 anos, era racismo brando, tolerável, enrustido nas cabeças de alguns. Cada cabeça uma sentença, diz o provérbio. Alguns não gostam de pessoas de pele escura, traços afro; outros não gostam de pessoas com traços orientais. Sejamos francos: A maioria dos brasileiros gosta da cor e dos traços europeus. É consequência de termos sido colonizados por europeus, e a civilização ocidental repousa em parte nisso. Mas daí até repudiar quem não se enquadra nesse padrão, há distância enorme.
Combater o racismo jogando holofotes nessa questão e promovendo o ódio entre os diferentes é erro tão crasso quanto incentivar a luta de classes, a guerrinha entre capital e trabalho. Nisso a esquerda doente é mestra. Prova é essa história de cotas para negros nas universidades, e agora no serviço público. Se queriam criar animosidade entre brasileiros, não podiam ter achado melhor caminho. Imaginem uma pessoa pobre de pele clara sentindo-se preterida num vestibular ou concurso por outra, de qualificação intelectual inferior, que resolveu se declarar negra... qual o seu grau de revolta... e como passará a “amar” os negros...É a velha mania de gerar ressentimentos e ódios na sociedade. Dividir o povo brasileiro em brancos e negros (o que é falácia pois somos basicamente mestiços) é a mais nova forma de luta de classes que esses maus brasileiros resolveram explorar.
(*) Membro efetivo do Instituto do Ceará e dos conselhos de assuntos legislativos da Fiec e da CNI.
Publicado In: O Povo. Fortaleza, 24/11/2014. Caderno A (Opinião). p.9.
 

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