quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

O BRASIL ANEDÓTICO LXVI


HONESTIDADE DE MINISTRO
J.M. de Macedo - "Ano Biográfico", vol. II, pág. 83.
Era José Bernardino Batista Pereira de Almeida Sodré ministro da Fazenda, em 1828, quando o seu colega da pasta da Guerra lhe oficiou, pedindo o pagamento das despesas de transporte, e outras, de alguns operários que o Imperador mandara engajar na Alemanha. Recusado esse pagamento, mandou Pedro I chamar José Bernardino, interpelando-o.
- Senhor, - respondeu o ministro, - no orçamento que vigora não tenho verba que autorize essa despesa; ela é, portanto, ilegal, e eu não a posso ordenar.
- Mandei engajar esses homens, - tornou o Imperador, com energia; - quero que as despesas sejam pagas.
- E se-lo-ão, Senhor; pois que Vossa Majestade o quer.
Dias depois, indagado pelo monarca sobre o cumprimento da sua ordem, o ministro informou:
- Em face da lei, o Tesouro Nacional não podia pagar a esses engajados; a ordem de Vossa Majestade tinha, porém, de ser cumprida.
- E então?
- Paguei-os de meu bolso particular!

COTEGIPE E A PRINCESA ISABEL
A. J. de Araújo Pinho - "O Barão de Cotegipe no Rio da Prata", pág. 85.
O Barão de Cotegipe, cujas previsões políticas lhe deram a fama póstuma de profeta, foi, talvez, a inteligência mais aguda do Segundo Império. Contrário à emancipação dos escravos pelo abalo econômico que essa medida acarretaria, opôs-se quanto pôde à sua execução, observando sempre à Princesa Regente, quando ministro, os riscos de uma providência radical. Feita a abolição em 1888, encontrou-se um dia a Princesa com o velho titular, e interpelou-o, feliz:
- Então, sr. Cotegipe?... A abolição se fez com flores e festas... Ganhei ou não a partida?
O Barão fitou-a, com os seus olhos miúdos e inteligentes.
- É verdade, - confessou. E com tristeza:
- Vossa Alteza ganhou a partida, mas perdeu o trono!...
Um ano depois, proclamava-se a República.

O GRITO DE PAES DE ANDRADE
Manuel de Carvalho Paes de Andrade, que havia de ser, depois, a alma da Confederação do Equador, da qual foi o primeiro e Presidente, exercia já uma influência poderosa em Pernambuco quando ali se cogitou do movimento de 1817, sob o patrocínio de Antônio Carlos e do governador José Luiz de Mendonça. O objetivo desse movimento era, porém, apenas, pedir a D. João VI uma Constituição para o Brasil. Paes de Andrade já se não satisfazia, no entanto, nesse tempo, com isso.
- Não basta! - declarou, ao ouvir a proposta dos outros. - República e só República!
E entre o espanto dos que o escutavam:
- Morra para sempre a tirania real!...

VOZES "PARLAMENTARES"
J.M. de Macedo - "Ano Biográfico", vol. II, pág. 151.
Em 1850, a enfrentar sozinho a Câmara inteira, Sousa Franco, que ainda não era visconde e falava, apesar de doente, várias vezes por dia, foi atacado da tribuna pelo deputado Aprígio, que procurava fazer espírito com a "unidade oposicionista". A certa altura desse discurso um espectador interrompeu o orador, arremedando o latir de um cachorro. O presidente fez soar a campainha, protestando contra o insulto.
- Sr. presidente, - reatou Aprígio, - foi um aparte do sr. Sousa Franco.
- É engano de V. Excia. - retrucou, prontamente, este.
E revidando o golpe:
- Foi o eco de sua voz.
Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).

TÍTULOS NO CURRICULUM VITAE EM 2014


Anunciamos, neste blog, no dia 28/12/2012, ter atingido três mil inserções em nosso curriculum vitae. Tratava-se de um feito atingido por poucos profissionais, em termos meramente quantitativos, porém interpretável como referência de uma vida bastante dedicada ao trabalho. Quanto à qualidade desse currículo, não nos cabe fazer julgamento, o que deixamos para nossos companheiros
Ao final de 2013, acrescentamos mais de 150 inserções, auferidas durante esse ano, o que nos levou a acumular quase três mil e duzentos títulos no currículo, no percurso de sessenta anos de idade. Agora, ao término do presente ano de 2014, incorporamos um pouco mais de 130 itens, perfazendo cerca de 3.320 citações curriculares, as quais ainda serão acrescidas de umas poucas publicações, ora no prelo.
A nossa participação em concursos e exames a que nos submetemos, bem assim em bancas examinadoras, congressos, jornadas e reuniões, dos quais tomamos parte, coloca explícita uma intensa e extensa atuação, alicerçada em 37 anos de atividades, como professor e médico, e em 28 anos da função de economista, condições que nos dignificaram com a estima de amigos e de pares, e nos conferiram alguns prêmios e distinções.
Em 2014, publicamos quatro livros de nossa autoria, completando 80 (oitenta) obras, o que nos posiciona entre os polígrafos cearenses. Também editamos, recentemente, quatro livros de outros autores. Para 2015, já temos programado o lançamento de quatro livros.
Um marco importante da nossa trajetória existencial foi o ingresso no Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico), a mais antiga instituição cultural do Ceará em plena atividade, em solenidade acontecida em 23 de janeiro de 2014.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular da Uece

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

A PALESTINA DO SÉCULO I

Por Marcelo Gurgel Carlos da Silva

O livro Palestina del siglo primero y el actor socio-religioso Jesús, de autoria do teólogo e sociólogo belga François Houtart, trata-se de um ensaio sociológico sobre a Palestina, focando o primeiro século do cristianismo, ao tempo da passagem terrena de Jesus, publicado em Quito-Equador, em 2014, pela 13 Ediciones, sob os auspícios da Fundación Pueblo Indio e do Instituto de Altos Estudios Nacionales.
A obra comporta as seguintes partes, ainda que não itenizadas: 1. A sociedade palestina; 2. O sistema político; 3. Estrutura de classes, poder político e correntes ideológicas; 4. O sistema ideológico e as funções sociais da religião; e 5. O ator sócio-religioso Jesus. Esses compartimentos estão devidamente concatenados, conduzindo ao desfecho na questão do papel do Filho de Deus, como resposta ao messianismo judaico.
De princípio, de acordo com François Houtart a Palestina do século I era uma região ocupada pelos romanos e, por conseguinte, estava submissa a uma relação de modo de produção escravagista e tributária, no sentido de que um poder central vive do tributo pago por comunidades, povoados e cidades.
Nessa época, a Palestina estava dividida em duas regiões bem distintas: a Judeia e a Galileia. Primeiro estava a Judeia, território situado ao redor de Jerusalém e de seu templo, região montanhosa e caracterizada, economicamente, por uma estrutura de produção tributária. As terras, em sua maioria, eram áridas e secas. Nelas se cultivavam oliveiras e frutas, a criação de rebanhos – cordeiros e cabras – estava bastante desenvolvida. Também havia numerosos bosques.
A Galileia era cortada por duas grandes vias comerciais: uma ia de Damasco ao mar e a outra de Damasco a Jerusalém. Era uma região muito fértil, caracterizada por latifúndios, nos quais se cultivava o trigo e se dispunham também de grandes rebanhos. Os pescadores lançavam suas redes ao largo das costa e dos lagos. A Galileia também foi o berço de numerosas revoltas camponesas, particularmente as dos zelotas.
Duas grandes atividades constituíam a base da economia judia: a agricultura e a criação de animais, categorias com nível técnico mínimo, estruturadas em comunidades que viviam em pequenos povoados ou vilas. A atividade artesanal, diferentemente, crescia e se desenvolvia nas cidades, sendo os judeus tidos por hábeis e aplicados artesãos. O terceiro setor fundamental da atividade econômica era o comércio, que tinha por foco de desenvolvimento as cidades e por propulsor o setor dos latifundiários.
O Estado era um grande empregador, como condutor das grandes obras: reconstrução do Templo, edificação de palácios, monumentos, aquedutos, muralhas etc. O Templo de Jerusalém formava uma unidade com o Estado, revelando toda a sua pujança econômica, com 18.000 funcionários, abrigando um contingente populacional da ordem de 50.000 a 60.000, em uma cidade que possuía cerca de 600.000 almas.
Israel era uma sociedade dependente e o seu sistema de classes sociais era bastante complexo, com distintos interesses e graus de integração com a dominação romana. As classes altas estavam bem integradas ao comércio internacional dirigido por Roma, ao passo que os pequenos agricultores, artesãos e comerciantes estavam empobrecidos pelo sistema tributário.
O sistema político guardava a distinção entre centros urbanos e centros rurais e a dualidade entre colônia e império. Nas comunidades rurais, o chefe da família era o representante varão, o maior da linhagem, à imagem da estrutura das antigas sociedades clãnicas. Nos centros urbanos, o poder político estava nas mãos de uma pequena burguesia que começava a minar o poder da oligarquia tradicional. Em Jerusalém, o Sinédrio, como um grande Conselho judaico, estava formado por setenta e um membros, que representavam os sacerdotes principais, os escribas e os anciãos. A monarquia conformava um terceiro componente do Estado judeu, por meio de uma marionete, absolutamente dependente de Roma, que exercia sua dominação interna com uma repressão tanto política como econômica.
Como atores sociais, a sociedade de Israel, no tempo de Jesus, deparava-se com várias correntes ideológicas, distribuídas em: saduceus, fariseus, escribas, essênios, zelotes e herodianos, que, em suas relações e contradições, estruturavam o campo das forças religiosas e políticas, e expressavam a diversidade das classes sociais da época.
Jesus de Nazaré opôs-se à aristocracia sacerdotal e laica, e, igualmente, ao baixo clero e aos escribas e aos fariseus. Sua produção ideológica não foi no Templo nem nas sinagogas, mas nos caminhos da Palestina, tendo Ele passado a maior parte da vida de pregador ambulante na fértil e contraditória Galileia.
Em suma, segundo Houtart, o movimento cristão, em seu nascedouro, seria de um ponto de vista sociológico, uma expressão, ao nível simbólico, da situação de opressão dos grupos sociais marginalizados da Palestina, compostos por estratos do proletariado urbano e rural e por uma parte das classes intermediárias. A oposição à opressão e às injustiças era o signo fundador de um projeto, por sua vez, histórico e pós-histórico,, e que se situava em alusão a um Deus de amor, inspirador da utopia e Pai de uma humanidade reconciliada.
Para concluir, François Houtart proclama, para os dias atuais: “É por isso, que, em tempos de uma crise mundial que afeta a centenas de milhões de seres humanos, sua mensagem segue vigente e vale a pena ser seguida”.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva é médico católico e membro da Sociedade Médica São Lucas.
Fonte: O Povo, de 2/11/2014. Espiritualidade. p.16.

Nota: o título original do artigo era “A Palestina do século I e ator sócio-religioso Jesus”.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Joãozinho X Mariazinha

Joãozinho: Você ouviu falar sobre o escândalo do governo PT?

Mariazinha: Aquele do mensalão?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do mensalinho?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele dos aloprados?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do petrolão?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do apagão aéreo?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele dos correios?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do caseiro Francenildo?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele da Erenice 6%?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do Palocci virar milionário da noite para o dia?
Joãozinho: Não, aquele outro.

Mariazinha: Aquele da Oi/Telemar virar sócia do filho do Lula para o papai mudar a lei e eles comprarem a BrT?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do BNDES financiar porto em Cuba?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de renegociar o contrato de Itaipu com o Paraguai?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de deixar a Bolívia do “Querido Evo” expropriar a Petrobras?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de transferir dinheiro da saúde para Cuba contratando curandeiros?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de comprar caças superfaturados?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de alterar perfis da wikipedia de críticos ao governo?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de impor sigilo aos gastos dos cartões corporativos?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele de fazer plano de previdência para os netos com cartão corporativo?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do Ministério dos Transportes?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele do Ministério da Pesca?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele dos gastos da Rose, “amiga” do Lula?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele da refinaria de Pasadena?
Joãozinho: Não, aquele outro.
Mariazinha: Aquele dos bilhões emprestados para o Eike?
Joãozinho: Não, aquele outro.


Mariazinha: Desisto! … Ah, já sei! Descobri! Aquele escândalo dos mais de 54 milhões de eleitores desinformados que recebem bolsas e benefícios governamentais financiados com nosso dinheiro e que nos prenderam de novo com a administração mais corrupta e salafrária da história do Brasil?

Joãozinho: SIM, ESSE MESMO!

Fonte: Circulando por e-mail (internet).

domingo, 28 de dezembro de 2014

Monge tibetano acaba com a Lei Maria da Penha.

Monge: O que deseja?
Mulher: Senhor, eu não sei o que fazer. Toda vez que meu marido chega em casa "bêbado", ele me enche de pancada ...
Monge: Eu tenho um ótimo remédio pra isso. Assim que o seu marido chegar em casa embriagado, basta pegar um copo de chá de erva cidreira e começar a bochechar com o chá. Apenas faça bochecho e gargareje continuamente e nada mais.
Duas semanas depois, ela retorna ao monge e parecia ter nascido de novo.
Mulher: Senhor, seu conselho foi brilhante! Toda vez que meu marido chegou em casa "bêbado", eu gargarejei, fiz bochecho com o chá e meu marido desmaiou na cama sem me bater! Como isso foi possível, com apenas uma xícara de chá???
Monge: Tá vendo como ficar de Boca Fechada resolve?
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

O CACHORRO CUBANO

Um navio procedente de Cuba chega a Santos e todos os cachorros do porto se aproximam para ver o cachorro cubano que sai do navio.
– E aí, sangue bom, é verdade que vocês não têm pulgas? – pergunta um cachorro brasileiro ao cachorro cubano.
– É verdade sim! É que em cuba o governo tem um programa de saúde canina maravilhoso e os cachorros cubanos não temos pulgas.
– E você sabe ler?
– Mas é claro, em Cuba todos os cachorros são alfabetizados desde que somos filhotinhos!
– E comem bem?
– Bem, é muito difícil a existência de carne, mas sempre aparece um osso...
– Se você estava tão bem em Cuba... Por que foi embora?
– É que senti vontade de latir!
"Onde não há justiça é perigoso ter razão, pois os imbecis são maioria” (Francisco de Quevedo)
Fonte: Circulando por e-mail (internet).

sábado, 27 de dezembro de 2014

Legislação Complementar às Leis de Murphy II

1 - LEIS E PRINCÍPIOS DEMONSTRADOS EMPIRICAMENTE:
"Você vai chegar ao telefone exatamente a tempo de ouvir quando desligam." (Principio de Ring A. Bell)
"Se só existirem dois programas que valham a pena assistir, os dois passarão na mesma hora." (Lei de Putz Kiparil)
"A probabilidade que você se suje comendo é diretamente proporcional à necessidade que você tem de estar limpo." (Lei de Kika Gadha)
"A velocidade do vento é diretamente proporcional ao preço do penteado." (Lei Meteorológica Pagá Barbero ) ( pra quem tem cabelo)
"Quando, depois de anos sem usar, você decide jogar alguma coisa fora, vai precisar dela na semana seguinte." (Lei irreversível de Kitonto Kifostes)
"Sempre que você chegar pontualmente a um encontro não haverá ninguém lá para comprovar, e se ao contrário, você se atrasar, todo mundo terá chegado antes de você." (Princípio de Tardelli e Esgrande La de Mora)
Fonte: Internet (circulando por e-mail). Autoria ignorada.
 

Legislação Complementar às Leis de Murphy I

1 - LEIS E PRINCÍPIOS DEMONSTRADOS EMPIRICAMENTE:
"O seguro cobre tudo, menos o que aconteceu" (Lei de Nonti Pagam).
"Quando você estiver com apenas uma mão livre para abrir a porta, a chave estará no bolso oposto." (Lei de Assimetria, de Laka Gamos).
"Quando tuas mãos estiverem sujas de graxa, vai começar a te coçar no mínimo o nariz." (Lei de mecânica de Tukulito Tepyka).
"Não importa por que lado seja aberta a caixa de um  medicamento. A bula sempre vai atrapalhar." (Princípio de Aspirinovisk).
"Quando você acha que as coisas começam a melhorar, é porque algo te passou despercebido." (Primeiro teorema de Tamus Ferradus)
"Sempre que as coisas parecem fáceis, é porque não entendemos todas as instruções." (Principio de Atrop Lado)
“Os problemas não se criam, nem se resolvem, só se transformam." (Lei da persistência de Waiterc Pastar)
Fonte: Internet (circulando por e-mail). Autoria ignorada.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

MENINO DE DEUS

Pedro Henrique Saraiva Leão (*)
O poeta Carlos Drummond de Andrade não curtia poemas de Natal, e rotulava mesmo como “industrialização” a quase obrigatoriedade de escrevê-los nesta época. Otacílio Colares – um dos mais competentes sonetistas cearenses – confessou que “alegria de Natal não dá margem à Poesia” (“Três Tempos de Poesia”. Editora Henriqueta Galeno, Fortaleza, 1973). Contudo, o nascimento anual de Cristo acorda e anima emoções vividas que se esvaem em versos. Aliás, para nós o infante Jesus nasce diariamente quando acordamos, pois trazêmo-lo no coração. E muito há que escrevemos (aqui citando um trecho): “o Natal no Nordeste é o ano todo / tem sempre um menino nascendo / com promessa de eça / ... um brasil linheiro outro torto / tem sempre um menino morto”.
Amiúde somos instigados a cometer maiores estrofes em seu louvor ou bem – querença, mas “lutando contra o metro adverso”, como disse Machado de Assis, não temos logrado natalinizar mais o pensamento. E assim contradizemos o poeta José Maria Barros de Pinho, cristão posto que agnóstico, contudo recalcitrante: “No Natal se dizem coisas diferentes / e a palavra tem sabor de oração”. Pois é, mas aqui estamos a falar das mesmas coisas, como se estivéssemos orando com fervor maior, deplorando a morte do Menino embora exultando com Sua ressurreição, aquele menino nosso cordão umbilical, do eterno condão de sarar males, curar feridas, desvendar cegos, mover paralíticos e montanhas.
Divino menino que desdenhou a própria morte, vivendo pouco para não morrer. Natal é tempo de humildade, tolerância, esperança. Na consoada (refeição na véspera) desta noite, miremos aquela luz que guiou os três reis magos – Baltazar, Gaspar e Melquior – até a manjedoura de Cristo nascituro, comemorando sua imortalidade com ouro, incenso e mirra. Esperemos que Ele nos dê notícia da bem – aventurança dos nossos ausentes, guarde a saúde dos presentes, e nos abençoe para o porvir. Sejam tais nossos sentimentos no reveiom (em português é assim como todas as oxítonas nasaladas; em francês “réveillon”, donde “réveiller” = acordar, despertar). E amanheçamos olhando o céu. Queira Deus que o santo menino descerre os olhos do Governo, tire o cerume dos seus ouvidos, e o fel do seu coração. Que nos apascente os sonhos, iluminando-nos a sina, e a sena. Que nos sejam concedidos a abolição das nossas dívidas e dúvidas, o perdão dos nossos pecados, e o pagamento dos nossos precatórios.
Natal é Cristo de novo, e realmente a água da chuva não é preta como aparentam as nuvens. O pernambucano João Cabral de Melo Neto – um dos meus gurus em poesia – escreveu assim em “Cartão de Natal” (Obra Completa – Volume Único. Ed. Nova Aguilar. RJ, 1994): “Pois que reinaugurando essa criança / pensam os homens / reinaugurar sua vida / começar novo caderno, / fresco como o pão do dia, / que desta vez não perca esse caderno / ... /e possa enfim a ferro comer a ferrugem / o sim comer o não.”
(*) Médico, ex-presidente e atual secretário geral da Academia Cearense de Letras.
Fonte: O Povo, Opinião, de 17/12/2014. p.8.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

FELIZ NATAL: mensagem do Papa Francisco

Por Papa Francisco
O Natal costuma ser sempre uma ruidosa festa; entretanto se faz necessário o silêncio, para que se consiga ouvir a voz do Amor.
Natal é você, quando se dispõe, todos os dias, a renascer e deixar que Deus penetre em sua alma.
O pinheiro de Natal é você, quando com sua força, resiste aos ventos e dificuldades da vida.
Você é a decoração de Natal, quando suas virtudes são cores que enfeitam sua vida.
Você é o sino de Natal, quando chama, congrega, reúne.
A luz de Natal é você quando com uma vida de bondade, paciência, alegria e generosidade consegue ser luz a iluminar o caminho dos outros.
Você é o anjo do Natal quando consegue entoar e cantar sua mensagem de paz, justiça e de amor.
A estrela guia do Natal é você, quando consegue levar alguém, ao encontro do Senhor.
Você será os Reis Magos quando conseguir dar, de presente, o melhor de si, indistintamente a todos.
A música de Natal é você, quando consegue também sua harmonia interior.
O presente de Natal é você, quando consegue comportar-se como verdadeiro amigo e irmão de qualquer ser humano.
O cartão de Natal é você, quando a bondade está escrita no gesto de amor, de suas mãos.
Você será os “votos de Feliz Natal” quando perdoar, restabelecendo de novo, a paz, mesmo a custo de seu próprio sacrifício.
A ceia de Natal é você, quando sacia de pão e esperança, qualquer carente ao seu lado.
Você é a noite de Natal quando consciente, humilde, longe de ruídos e de grandes celebrações, em silêncio recebe o Salvador do Mundo.
Um muito Feliz Natal a todos que procuram assemelhar-se com esse Natal.
Fonte: Internet (circulando por e-mail).

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

A COROA DO ADVENTO 2014

Por Pe. Brendan Coleman Mc Donald

Na Igreja Católica o período de quatro semanas preparatórias para o Natal é chamado Advento. O termo é cristão, mas de origem profana, pois significa visita oficial de uma personagem importante no tempo da sua posse. Nos escritos cristãos dos primeiros séculos torna-se termo clássico para designar a vinda de Cristo. A história do Advento, no rito romano, começa no século Vl, no sentido de espera jubilosa do Natal, e a sua pré-história remonta às Gálias e à Espanha dos fins do século lV, como preparação ascética para Natal-Epifania. A liturgia romana dá grande valor à Mãe de Cristo, sobretudo nas Quatro Têmporas e na vigília do Natal.
O tempo do Advento tem dupla índole: (a) é o tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus; e (b) é o tempo em que, por esta comemoração, as mentes se voltam para a expectação da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos. Por essas razões, o tempo de advento se apresenta como o tempo de devota e alegre expectativa. O advento, portanto, já não se considera como tempo penitencial (cf. Dicionário Enciclopédico das Religiões, Vol.1, p.74)
O Advento é caracterizado, sobretudo pela ideia do encontro com Deus, e a realização da promessa de sua irrestrita presença entre nós. Cada ano, no tempo do Advento, a Igreja Católica apresenta a “Coroa do Advento”. A coroa com lugares para quatro velas é frequentemente enfeitada com ramos verdes, e com fitas coloridas. No primeiro domingo do Advento uma vela amarela é acesa recordando o profeta Isaías anunciando a salvação e a vinda do Messias por volta do ano 500 a.C. É uma luz pálida (amarela) porque a salvação é ainda distante.
No segundo domingo uma vela vermelha é acesa recordando o precursor de Jesus, São João Batista, testemunhando que a chegada do Salvador está próxima. A vela é vermelha indicando o martírio de São João Batista. No terceiro domingo uma vela rosa ou roxa é colocada na Coroa, indicando Maria, a bem aventurada, trazendo o próprio Salvador e a alegria da salvação. No quarto domingo uma vela verde é colocada na Coroa, indicando Jesus, trazendo a alegria da salvação. “Verde da árvore da vida, broto da raiz de Jessé”.
Na missa do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo uma vela branca é colocada na Coroa um pouco mais alto do que as outras quatro velas indicando a chegada de Jesus, a luz do mundo. Deus nasce no meio de nós, feito homem como nós. Traz consigo a plenitude da divindade. As quatro velas da Coroa do Advento retomam o costume judaico de celebrar a vida da luz na humanidade dispersa pelos quatro pontos cardeais.
Em cada domingo, então, se acende uma vela. Ela poderá ser trazida na procissão de entrada da seguinte maneira: a cruz processional, a Vela do Advento, a Bíblia (ou lecionário), de onde serão proclamadas as leituras. No momento da aclamação do Evangelho, um coroinha deve ascender solenemente a vela. A pessoa que ascender a vela deve permanecer junto à mesa da Palavra de onde é proclamado o Evangelho. Terminada a proclamação, quem preside coloca a vela na Coroa do Advento.
Dr. Brendan Coleman Mc Donald, é padre redentorista e assessor da CNBB Reg. NE1
Fonte: O Povo, de 21/12/2014. Espiritualidade. p.28.

LUTO POR RONALDO PINHEIRO GONÇALVES


Faleceu na noite de anteontem (22/12/14), na capital paulista, aos 58 anos, o Dr. Ronaldo Pinheiro Gonçalves. Nasceu ele em Campo Maior-PI e formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), na turma de 1980.2.
Ronaldo Pinheiro Gonçalves fez carreira como médico militar e atuava em pediatria.
Cursou o Mestrado em Patologia na UFC, e estava encerrando o doutorado em Saúde Coletiva, no Programa de AA Uece/UFC/Unifor, sob a orientação do Prof. Dr. José Wellington Oliveira Lima.
O corpo de Ronaldo está sendo velado na Funerária Ternura (Rua Padre Valdevino, na Aldeota). O enterro será nesta quarta-feira (24/12/14), logo após a missa de corpo presente que ocorrerá às 14h30min.
Nossas sinceras condolências aos seus familiares.
Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Doutorado em Saúde Coletiva AA Uece/UFC/Unifor

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Qualificação do Doutorado em Saúde Coletiva de Ilse Maria Tigre de Arruda Leitão

Aconteceu na tarde de ontem (22/12/14), segunda-feira, na Universidade Estadual do Ceará, o Exame de Qualificação de Ilse Tigre, minha orientada do programa do Doutorado em Saúde Coletiva em Associação Ampla da Universidade Estadual do Ceará, da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade de Fortaleza (Unifor).
A banca examinadora, composta por Marcelo Gurgel Carlos da Silva, Cássio Adriano Braz de Aquino, Maria Salete Bessa Jorge e Thereza Maria Magalhães Moreira (suplente), aprovou o projeto de Tese “Adaptação transcultural e validação de instrumento de capital humano e o impacto da medição no contexto brasileiro: habilidades, competências e relações socioprofissionais na saúde”, apresentado pela doutoranda ILSE MARIA TIGRE DE ARRUDA LEITÃO.
Prof. Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Doutorado em Saúde Coletiva AA Uece/UFC/Unifor