Como o HIAS, por muitos anos, não recebeu médicos concursados, o seu corpo clínico foi amadurecendo, em experiência e na idade, de sorte que até hoje são muitos os seus profissionais, com mais de vinte anos de casa.
A Dra. Hilda Frota, conhecida médica de enfermaria desse hospital, foi substituir uma colega de licença no Ambulatório Geral do HIAS, e surpreendeu-se com o grande movimento de clientes, em contraste com o que sucede nas unidades de saúde da periferia de Fortaleza.
Ao acolher mais um paciente agendado para aquela manhã, sendo o terceiro da mesma procedência e sem guia de encaminhamento, a pediatra indagou da mãe do menino:
– Sua comunidade tem muitas crianças, não?
– Tem e bastante – respondeu a mulher.
– E elas adoecem tanto? Não tem pediatra no posto de lá? – perguntou a Dra. Hilda.
– Elas bem que adoecem! Tem uma médica de criança, sim.
– Por que não vão ao posto de lá? – quis saber a médica.
– Mas as mães preferem trazer elas aqui para o Sabin – explicou a mulher.
– Mas por que elas fazem isso, já que o HIAS é tão distante de sua comunidade? – inquiriu a Dra. Hilda.
– É por causa das doutoras daqui! – justificou a mulher.
– E o que têm de especial as médicas do HIAS? – questionou a pediatra.
– Ah, as doutoras do Sabin são “velhinhas”, mas são muito boas; “arresolve” tudo.
É lógico que a notícia causou um certo rebuliço no hospital, porquanto mexeu com os brios etários femininos visto que só Balzac explica, mesmo que o Honoré, em questão, tenha fincado pé apenas na casa dos trinta, o que fica longe do “reality show” do Sabin.
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