PEDRO II E VÍTOR HUGO
Múcio Teixeira - "O Imperador visto de perto", pág. 68.
O Imperador do Brasil visitou Vítor Hugo, às 9 horas da manhã de 22 de maio de 1877. O Poeta fê-lo sentar-se a seu lado, e as primeiras palavras do monarca foram estas:
- Sentando-me ao lado de Vitor Hugo, cuido pela primeira vez que estou num trono!
O poeta imenso, afeito à lisonja, sorriu.
O "TERÇO"
Contada pelo Dr. Castro Neves.
Presidente do Estado do Rio, resolveu Nilo Peçanha facilitar a representação da minoria da Câmara Federal, deixando uma vaga em cada distrito, isto é, três cadeiras, das dezesseis de que se compõe a bancada.
- Doutor Nilo - perguntou-lhe alguém da sua entourage - três é "terço" de dezesseis?
Nilo Peçanha riu, assestou o pince-nez e, no mesmo tom:
- Diga-me uma coisa: você já viu "décima" urbana ser dez por cento?
NETA DO AVÔ
Múcio Teixeira - "O Imperador visto de perto", pág. 69.
Na visita que fez a Vítor Hugo, o Imperador Pedro II, o Poeta mandou vir os seus netinhos, para apresentá-los ao monarca.
- Jeanne - disse - apresento-te o Imperador do Brasil.
- Quer dar-me um beijo, minha menina? - pediu o soberano.
E como Jeanne lhe apresentasse a fronte:
- Dê-me também um abraço.
Passando-lhe os bracinhos em torno do pescoço, a menina apertou-o com tanta força, que o avô teve de intervir:
- Basta... Queres dar-te ao luxo de estrangular um Imperador?
A IDADE DA ASNEIRA
A. Austregésilo - Discurso na Academia Brasileira de Letras.
Certo poeta, hoje ilustre, supondo-se um inovador, foi mostrar os seus versos a Heráclito Graça.
- Filho, você quer o meu conselho? - opinou o gramático. - Pendure a lira ao salgueiro; não faça mais versos.
O poeta rebelou-se:
- É porque você não entende disso. Os meus versos são "novos"!
- Novos? - fez Heráclito Graça. É engano seu.
E implacável:
- Desde menino eu ouço dizer que a asneira é coisa velha!
Fonte: Humberto de Campos. O Brasil Anedótico (1927).
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