De início gostaria que vocês, companheiros idosos, não ficassem zangados comigo pela denominação de “velho”. Pelo contrário, considerem um elogio, já que nos países desenvolvidos, vimos que no início não gostavam do termo, mas depois passaram a usá-lo como um direito, valorização, distinção e até um destaque. Conseguiram essa posição na sociedade depois de muita luta e trabalho. Estamos também conseguindo isto. A idade, como já disse para vocês é o nosso Banco, a nossa Fortuna. E aceitamos investidores.
Hoje o nosso tema é o amor entre os velhos. Claro que existe uma grande diferença entre o amor como mostrado no cinema, com mulheres jovens de biquíni, de calcinha e o que acontece geralmente. Mesmo na idade mais avançada as pessoas gostam de praticar o sexo e isso tem que ser aceito, pois sabemos que “o amor do jovem é querer ser feliz e o amor do idoso é querer ver o outro feliz”.
As pessoas mais idosas conseguem mobilizar mais e melhor as emoções humanas e também aquelas especiais do ato de amar. A medida que o cérebro envelhece, na grande maioria dos idosos, ele caminha no sentido de buscar maior satisfação de viver e felicidade. As pessoas, à medida que envelhecem, parecem ver a vida de modo positivo e aceitam fatos que quando jovem os perturbavam e aborreciam. Mentes jovens tendem exagerar, com lágrimas, tristezas e até desmaios. O amor de velho é muito mais ameno e saboroso. A medida que envelhecemos reconhecemos que nada dura para sempre. Os momentos ruins acabam como também acabam os momentos bons.
Com certeza pode-se sofrer com a perda de um amor na idade avançada, mas dizem ainda os entendidos: “é diferente nos velhos, que não berram nem gritam e nem choram o dia inteiro, como acontece com os jovens”. Nós que estudamos a velhice sorrimos irônicos para os jovens apaixonados que afirmam nunca querer chegar a ser um casal de velhos. Enquanto existir homem e mulher na face dessa Terra e de todas as idades, eles se encontrarão, se amarão e farão sexo.
Sabe-se que a partir dos 65 anos o homem começa a ficar impotente, e que apenas 25% afirmam continuar sexualmente ativos e mesmo assim apenas algumas vezes por mês. Obviamente trata-se do sexo tradicional mas a desinibição de comportamento de hoje aceita uma clara diversificação.
Muitos idosos descobrem que para realizar sensíveis e gostosas atividades sexuais não é obrigatório alcançar o orgasmo. Ao contrário, este momento tão importante para muitos homens marca o final do ato. E muitas mulheres sempre muito “sabidas”, para satisfazerem os “seus machos”, simulam orgasmos em muitas ocasiões. Quando digo isto em minhas palestras elas sempre riem e confirmam que fazem assim. E sempre temos uma grande alegria na sala.
O uso dos medicamentos modernos para o tratamento da ereção deficiente tem ajudado muito na solução do problema orgânico e psicológico.
Ainda falta muito para a solução do problema mas, seguramente, temos alcançado um grande avanço. Nós esperamos que, muito em breve, isto será uma coisa do passado e o Amor dos Velhos será o MELHOR.
Professor e Presidente da Academia Cearense de Medicina
Publicado In: JORNAL “O POVO”, 5/07/2011.
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