Desde há anos, venho acompanhando o progresso da chamada Felicidade Interna Bruta do Butão e, em diferentes oportunidades, consultei a opinião de autoridades importantes em qualidade de vida. Constitui uma interpretação diferente para aquele país muito religioso, baseada nos valores espirituais budistas, com pouco desenvolvimento técnico, social e com uma economia adaptada à cultura do país. Correta sua posição contrária à valorização econômica exclusiva (PIB) como muitos dos modelos utilizados para medida de nossa qualidade de vida. Baseia-se no princípio de que o desenvolvimento de uma sociedade humana surge quando o desenvolvimento espiritual e material são simultâneos. Apenas confundem bem-estar (BE) e satisfação de viver (SV) com felicidade.
Do mesmo modo, tenho estudado os principios e aplicações do IDH (Indice de Desenvolvimento Humano) cujos valores e resultados são muito indicados para os nossos costumes e necessidades. Mas, para muitos, inclusive para mim, ainda insuficientes para classificar e comparar grupos sociais e populações heterogêneas.
Na minha opinião, “felicidade” existe apenas em momentos e é uma condição própria na vida de cada um e não condicionada exclusivamente por fatores econômicos, sociais, religiosos, com limites numéricos em praticamente todos os desejos, valores, responsabilidades, grandezas, necessidades, amores, mudanças e futuro de cada indivíduo.
Amigos, o desenvolvimento dos nossos momentos de felicidade são, quase sempre, de nossa própria responsabilidade.
Tenho elaborado uma proposta de melhoria das dimensões da vida e destacado este meu interesse. São 3 as dimensões produzidas ou melhoradas pela qualidade de vida da pessoa: bem-estar, satisfação de viver e felicidade. Tenho já destacado essa diferenciação que muitas pessoas, e até profissionais e cientistas confundem, ou interpretam como eles julgam e querem. Daí a minha proposta do que tenho chamado “Felicidade Interna Própria- FIP”, quando destaco que sou eu que digo quando sou feliz.
Claro que a valorização dos princípios e determinantes de nossa qualidade de vida têm tido um progresso e destaque, em todo o universo, nos últimos 20 anos. No Brasil, isso tem sido altamente gratificante e importante para a nossa vida e longevidade saudável. E temos batalhado intensamente para que isso possa acontecer em todas as regiões do país
O que destaco é que não temos de culpar e criticar, exclusivamente, políticos e governantes pela nossa Felicidade. Nós também somos os responsáveis. E os maiores, muitas vezes.
E um dos exercícios que costumo indicar é anotar os momentos quando se sentem “felizes”, destacando as “causas” e “porquê”. Depois, revê-los e tentar repeti-los ou, até melhorá-los. Quando fazemos um Diário de nossa vida, devemos anotar os nossos momentos felizes com suas causas e efeitos. E valorizá-los.
Parece uma coisa muito insignificante? Mas não é. Nós somos os “mobilizadores” de nossa própria Felicidade. Ela é Minha! Ela é Própria!
Claro que a Presidente Dilma Rousseff pode e deve me ajudar, na intensidade e freqüência dos momentos de felicidade! Pois estes não são nada fáceis de serem conseguidos.
(*) Professor, Médico e Presidente da Academia Cearense de Medicina.
Publicado In: O Povo, 25/04/2012.
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