Nós, futuristas, como estudiosos e vinculados com as diferentes possibilidades dos futuros alternativos, temos grande preocupação com o futuro do Brasil.
Muitos de nós fizemos previsões de futuros que foram ultrapassadas pelos avanços e progressos em diferentes áreas. Cada vez mais, torna-se real a afirmação de David Branding-Bennett, quando vice-diretor da OPS-OMS, em 2001: “O mundo ganhou em expectativa de vida, nos últimos 50 anos, mais do que nos cinco mil anos anteriores”. E sempre tenho afirmado que: “o que vai acontecer com nossa longevidade nos próximos 50 anos é inimaginável”.
Quanto a nossa qualidade de vida afirmo que: “o mundo ganhou em conhecimentos positivos de qualidade de vida, nos últimos 20 anos, mais do que nos dois mil anos anteriores”.
No meu livro, O futurista e o adivinho, publicado em 2001, fiz previsões para o Brasil, que chamei de Futurolândia, para o ano 2010. Algumas errei, outras não ocorreram e várias foram superadas pelo avanço tecnológico e científico.
Mas um fato, pessoalmente, me preocupa muito: é o tipo de futuro do que muitos denominamos de “espírito” (sensibilidade / amizade / participação / sociabilidade/ religiosidade / amor), do brasileiro atual e que vai, com certeza, perturbar ainda mais, a sua satisfação de viver e felicidade.
Esta previsão, não tinha imaginado antes: mudança do espírito do brasileiro para pior. Temos uma progressão da insegurança física como nunca; violência muito acentuada e crescente; corrupção política como jamais tínhamos imaginado; saúde pública ainda muito deficiente; a miséria e a pobreza “anestesiadas” pelos órgãos do governo; sociabilidade dificultada; ambientes cada vez mais “contaminados”; etc. etc.
Não previa “quando” nem “tanto”. Pertencendo a várias instituições nacionais e internacionais de futuristas, tenho procurado saber das possíveis possibilidades de prevenção e cura desses problemas. E as respostas são várias, mas com uma maior indicação para o desenvolvimento da filosofia ambiental de comunidade saudável.
Somos nós os responsáveis e, portanto, devemos assumir o poder, a direção e a responsabilidade por nosso bairro, cidade, município (responsabilidade social, econômica e política). Constitui a prática do que tanto temos defendido, em diferentes oportunidades e momentos vividos, aqui e no estrangeiro: a prática de “cidades e municípios saudáveis”. Saudável no seu conceito amplo: físico, mental e espiritual. Saudável como ambiente integral com população participativa e criativa.
Por outro lado, sabemos que frase fatalista como, “está escrito o que vai acontecer amanhã”, é coisa de um passado quando o homem não notava que Deus está sempre nos convidando para participarmos do nosso próprio futuro.
Mas como este nosso espaço não é suficiente para maiores e necessários esclarecimentos, desenvolverei o tema em futuro próximo.
Palavra do futurista e não do adivinho.
(*) Médico, professor e ex-presidente da Academia Cearense de Medicina.
Publicado In: O Povo, 11/07/2012.
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