segunda-feira, 13 de maio de 2013

Vocês não perdem por esperar!



Por Ricardo Alcântara (*)
Os adversários políticos que parem de lamber os beiços: em sigilo, sem nada transpirar para fora dos muros palacianos, o governo do estado está preparando um amplo programa com medidas de impacto em segurança pública.
E como soubemos disso? Não soubemos: estamos apenas supondo, pois outra razão não deve haver para o silêncio do governador sobre o problema, diante que está de índices alarmantes – e crescentes – de criminalidade no seu condomínio.
Quando circularam as primeiras notícias sobre os recordes de criminalidade no estado, com a liderança da capital em itens de maior gravidade, o que fez o governo? Nada. Anunciou que sua polícia daria suporte à segurança do prefeito.
Quando saíram indicadores de que os números de assaltos no primeiro semestre deste ano superaram as ocorrências do mesmo período do ano anterior, que medidas anunciou o governador? Que, sim, a polícia faria a segurança do prefeito!
O Povo revelou que 50 por cento das viaturas do Honda do Quarteirão não atendiam às chamadas telefônicas – um atestado de óbito para o programa de maior visibilidade do governo. E daí? A segurança do prefeito está garantida, ora.
Se, de acordo com registros policiais, acidentes fatais com motos aumentam em progressão geométrica sem que sequer uma campanha educativa seja anunciada, qual o problema? Nenhum: a polícia já garantiu segurança ao prefeito da capital.
Quando questionado por ser a proteção policial ao prefeito a única decisão tomada pelo governo em questões de segurança, Joel Brasil, chefe da Casa Militar, reagiu com a desconcertante sinceridade de um militar: “O terror está espalhado”.
Veja. Não foi um showman da mídia sensacionalista ou membro da bancada da bala quem disse. O “salve-se quem puder” partiu do responsável pela segurança do chefe de governo, decretando a rendição do Estado em questões desta natureza.
Pois é considerando a desproporção entre a gravidade do problema e a indiferença que o governador manifesta publicamente em relação a ele que passo a supor – serei eu um otimista incorrigível? – que vem por aí a salvação da pátria. Aguardem!
(*) Jornalista e escritor. Publicado In: Pauta Livre.
Pauta Livre é cão sem dono. Se gostou, passe adiante.

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