Pôster do filme
"Unhung Hero", de Brian Spitz
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Humorista rejeitado por "pênis pequeno" investiga em filme se tamanho é documento
O que poderia ser pior do que ter um pedido de casamento
rejeitado? Que isso ocorra publicamente, na frente de milhares de espectadores
e milhões de internautas.
Isso foi precisamente o que aconteceu com o ator e
comediante Patrick Moote em dezembro de 2011, quando, a alguns dias do Natal,
ele pediu a namorada em casamento na arquibancada de um jogo do time de
basquete da Universidade da Califórnia.
Com imagem do casal na tela gigante do estádio, Moote tirou
um anel e perguntou se a namorada queria casar com ele. A reação dela? Fugir.
O vídeo da proposta de casamento frustrada se espalhou como
fogo na internet e em poucos dias teve milhões de visualizações no YouTube.
Após o evento traumático, Moote sentou para a conversar com
sua namorada para saber por que ela o havia rejeitado. Uma das muitas razões
que ela deu é que achava pênis dele muito pequeno.
Um herói mal dotado
Com o ego seriamente danificado e em busca de respostas,
Moote embarcou em uma jornada para tentar descobrir o quão importante é
realmente o tamanho do pênis.
O resultado dessa pesquisa é o documentário Unhung Hero
(Herói Mal-Dotado), para o qual Moote viajou para vários países e entrevistou
parentes, ex-namoradas, ativistas, especialistas e até mesmo atores de filme
pornôs.
Em Unhung Hero, Moote examina esta questão em diferentes culturas,
mostrando alguns dos tratamentos mais radicais a que homens de lugares como
Coreia do Sul, Taiwan e Papua Nova Guiné se submetem em busca de um pênis
maior.
Assim, com muito humor, o documentário apresenta as supostas
- e estranhas - soluções para o problema, que vão de pílulas e injeções a até
mesmo uma técnica de levantamento de peso com os órgãos genitais.
O ator de 30 anos, residente em Los Angeles, quer
mostrar como, assim como os padrões de beleza impostos às mulheres, os homens
também tiveram que enfrentar expectativas irreais sobre seu físico nas últimas
décadas, em parte por causa da pornografia.
"Não quero que as pessoas pensem que a única razão pela
qual minha namorada me deixou foi o tamanho do meu pênis. Obviamente, havia
outras coisas na relação que não funcionavam e essa era uma delas", disse
Patrick Moote, em conversa com a BBC Mundo.
"Além disso, o que ela me disse não foi uma surpresa.
Nós sabíamos que nossa vida sexual tinha alguns problemas neste campo",
disse.
'Foi incrível'
Segundo Moote, desde a infância ele sabia que tinha um pênis
pequeno. Na escola lhe colocaram o apelido de "picles".
"Eu sempre me senti inseguro sobre o tamanho do meu
pênis, mas estou convencido de que, a não ser para aqueles que têm um pênis enorme,
a maioria dos homens em algum momento se sentiu inseguro nesse campo",
explica ele.
O comediante diz que a ideia do documentário surgiu do
enorme sucesso na internet do vídeo em que sua namorada rejeitou sua proposta
de casamento.
"Foram muitas visitas (ao vídeo) e, embora tenha sido
uma experiência triste, a humilhação pública já havia passado. Então eu comecei
a pensar em maneiras de tirar algo de positivo da experiência."
"Eu disse a Brian Spitz, o diretor do filme, que é um
amigo meu, que uma das razões por que a minha namorada me deixou foi o tamanho
(do pênis) e começamos a conversar sobre se o tamanho importa ou não. Aí
decidimos fazer o documentário".
Apesar de se dizer "cansado de falar em público sobre
seu pênis", para Moote, a experiência do documentário, que levou dois anos
de produção e promoção, Moote "foi incrível", especialmente pela boa
recepção do público.
"Houve momentos em que eu pensei que poderia acabar
fazendo uma má comédia sobre o pênis, e não era o que queríamos fazer. Acho
que, no final, conseguimos fazer um documentário do qual estou muito orgulhoso
e que tem uma mensagem de autoaceitação que é muito positiva."
Fonte: Do UOL, 24/02/2014.
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