Por Ricardo
Alcântara (*)
As dificuldades humanizam. Pois o governador anda mais
sensível: tem dedicado seu precioso tempo a escrever nos jornais sobre
comparações incômodas que adversários tucanos andam fazendo na televisão sobre
seu governo.
Estariam se valendo da destrambelhada crise de segurança
para fins “eleitoreiros”, a dor das famílias vitimadas como material de
combustão para dinamitar os índices de aprovação de seu governo e derrotar seu
grupo, é do que ele reclama.
Cid Gomes está contando essa história do meio para o fim:
quem, de fato, trouxe programas de segurança pública para o centro do debate
eleitoral foi ele e disso extraiu grande vantagem com as promessas do Ronda do
Quarteirão em 2006.
A promessa ajudou a elegê-lo e sua implantação mereceu
tamanha cobertura em propaganda e boa aceitação popular que, dois anos depois,
foi fundamental para a vitória da candidata à prefeitura de Fortaleza apoiada
por ele, Luizianne Lins.
Foi, portanto, o próprio governador quem agiu de modo
temerário, subestimando a autonomia dos fatos, plantando ventos e colhendo
tempestades: pediu para ser avaliado a partir – logo do quê! – de seu
desempenho como gestor se segurança.
Como o problema é mais agudo nas cidades e a região
metropolitana concentra a maior parte da população urbana, no centro do debate
eleitoral estará Fortaleza, onde os mecanismos de controle do governo agem com
menor poder de fogo.
Ao centrar sua crítica no assombro da criminalidade, a
oposição não apenas alcança o calcanhar do governo, como atrai para o ringue da
capital o processo de disputa, o que costuma ser quase sempre uma má notícia
para o governismo.
Isso porque o protagonismo do eleitorado urbano tende à
alternância de poder. Encontre o governador um candidato para conquistar o
coração da cidade. Caso contrário, vai ficar aí explicando que fracassou, mais
fez de tudo para acertar.
(*) Jornalista e
escritor. Publicado In: Pauta Livre.
Pauta Livre
é cão
sem dono. Se gostou, passe adiante.
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