segunda-feira, 16 de junho de 2014

LONGEVIDADE: a nova esperança do brasileiro

Antero Coelho Neto (*)

Há vários anos, sempre que fazíamos palestras e conferências sobre o assunto e enfatizávamos sobre as perspectivas próximas da longevidade humana, as pessoas riam e pareciam não acreditar. Mostravam somente curiosidade e interesse. Mas isso era muito preocupante para os estudiosos do assunto.
A família não estava sabendo sobre os novos estudos e avanços científicos do aumento da longevidade. Não conversavam e nem informavam, aos filhos, que todos devíamos nos preparar para viver muito, talvez, até mais de 100 anos. Não falavam nos idosos que estavam aumentando muito rapidamente e, muito menos, sobre os centenários que estavam vivos e que, muitos mais, estarão chegando. Não falavam nem mesmo na velhice, nos seus mitos, dificuldades e grandezas. Evitavam falar em “velhice” e quando faziam era para acusá-la, ofendê-la e menosprezá-la. Negava-se a idade, então. Hoje, felizmente, celebramos os 80, 90 ou 100 anos com festas.

Quase que de repente, o brasileiro de classe social média e mais elevada começou a aprender que, velhice, é uma condição de vida que se caracteriza pelo conhecimento, tranquilidade, bom senso, cidadania, consciência ética e grandeza, de Ser, de Fazer e, algumas vezes, também de Ter. Ou seja, tudo contrário ao que, nossos avós, ensinavam aos nossos pais no passado e estes também nos repetiam. Não foi culpa deles, pois assim foram educados pelos avós. Só que, nos últimos anos, uma série de novos acontecimentos e descobertas fizeram a mudança. Com isso, e a diminuição da taxa de natalidade, ocorreu o grande aumento da população de idosos no nosso país e em todo o mundo.
Ser idoso passou a ser assunto de muita gente. Ser idoso começou a ser um “bom negócio” e muitos querem viver muito e cada vez mais e melhor. E toda a filosofia de vida do brasileiro vai mudando. Mas, ainda Importantes e profundas modificações são necessárias, principalmente para as classes sociais inferiores.

E vários geriatras e gerontologistas, de diferentes especialidades, passaram a trabalhar com os idosos procurando, exatamente, preparar toda a família para o presente e para o futuro. Então, fico feliz ao verificar que nosso trabalho passou a ser uma real esperança para o brasileiro. E, algumas frases que escrevi e proferi em minhas palestras no passado, passaram a ser realidades, como por exemplo:
- “Caminhando é que seremos fortes, criando é que seremos grandes e felizes, sendo saudáveis é que viveremos muito e crendo em Deus é que ganharemos a eternidade. E isto, nós idosos, devemos aprender”

- “Como nossos avós e pais viveram muito, nós, vivendo num ambiente saudável, praticando bons estilos de vida e tratando bem de nossa saúde, vamos viver muito mais e melhor.”
- “Caminhando, conversando e comendo correto, vamos longe.”

- “Como um idoso inteligente, vou buscar o conhecimento novo, o prazer de saber, a satisfação de existir; as novas habilidades aperfeiçoadas e diferentes e a prática do emocional dirigido para a estabilidade e o equilíbrio”
E, neste momento histórico para o brasileiro, penso nesta nova frase: “Com vida ativa, criativa e saudável, vamos presenciar esta e muitas outras Copas Mundiais de Futebol. Com o Brasil vencendo, claro!”

(*) Médico, professor e ex-presidente da Academia Cearense de Medicina.
Fonte: O Povo, Opinião, de 11/6/2014. p.6.

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