Breitner
Gomes Chaves (*)
Em saúde,
tudo que não agrega valor aos pacientes deve ser considerado desperdício
Em
saúde, tudo que não agrega valor aos pacientes deve ser considerado
desperdício. É preciso fazer sempre a pergunta: esse processo agrega valor ao
paciente? Se a resposta for não, a operação deve de imediato ser substituída,
corrigida ou eliminada de forma honesta e transparente. Essa simples pergunta,
quando bem aplicada, é capaz de realizar intensa transformação dos sistemas de
saúde. É preciso desconstruir o atual modelo de atendimento da atenção básica,
abandonando clichês e jargões acadêmicos para apresentar melhorias concretas,
com foco em resultados, e voltados para as necessidades dos pacientes, traduzidos
não em números, mas em qualidade de vida e retorno as atividades funcionais dos
usuários.
Qualquer
melhoria em um sistema de saúde sem centralização de todos os serviços
localmente em única unidade de gestão como ocorre nos modelos atuais é árdua e
dispendiosa. Após a centralização e o devido realocamento de linhas de cuidado,
o segundo passo seria retirar o foco do volume de produção de atendimento para
atuar nas condições de saúde dos pacientes, agregando cuidados a grupos com
necessidade similares e times de atenção integral. Consiste hipocrisia velada
afirmar que o foco está no paciente sem a existência de mensuração dos
resultados das condições de saúde destes. É preciso ter coragem para substituir
o paradigma da produção e demanda imediata para o manejo das reais necessidade
dos usuários.
Estima-se
que 70-80% da população dependa exclusivamente do sistema publico de saúde. O
setor carece de ideais inovadoras e executivos atuando de forma profissional.
Neste campo, querer demonstrar serviço partidário é extremamente lesivo a
população, tanto do ponto de vista orçamentário como de mortalidade.
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