Por Marcelo Gurgel
Carlos da Silva
Uma paciente,
recém-admitida no Hospital das Clínicas da UFC, estava com a história clínica
incompleta, porque não permitira ao interno e à residente do leito examiná-la,
quando do seu internamento, na noite anterior.
Pela manhã, por
ocasião da visita aos pacientes da Clínica Médica, os vários professores
tentaram persuadi-la da importância em ser examinada, a fim de se obter o
diagnóstico e propor o tratamento apropriado.
A mulher, plena de pudores, relutava muito
em ceder; porém, já um tanto temerosa do agravamento de sua enfermidade,
acatou, com uma condição:
– Eu aceito ser examinada só por um de vocês.
– Está bem! Escolha, então, um de nós – falou o Chefe do Serviço de Clínica Médica.
– Eu quero aquele! O mais velhinho – disse a paciente, apontando para o
Prof. Luís Carlos Fontenele.
Os colegas docentes se entreolharam, como
desejando rir da escolha feita, não o fazendo em respeito à enferma. Na
verdade, o Prof. Luís Carlos Fontenele era o mais novo do grupo, apenas possuía
os cabelos encanecidos, desde bem jovem.
Felizmente, graças ao seu apurado exame, foi
possível firmar o diagnóstico, e a paciente teve o seu problema debelado, no
devido tempo.
* Publicado, originalmente,
In: SILVA, M.G.C. da. Medicina, meu humor! Fortaleza: Edição do
Autor, 2012; e republicado In: SOBRAMES-CEARÁ. Digno de nota. Fortaleza: Sobrames-CE/Expressão,
2014. 304p. p.211-2.
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