terça-feira, 27 de janeiro de 2015

JOVENS NA UECE: possibilidades e desafios


Por Geovani Jacó de Freitas (*)
“48% dos seus estudantes cursaram, integralmente, o ensino médio em escolas públicas”
A Universidade Estadual do Ceará, no limiar de seus quase 40 anos, continua muito jovem e com predominância do sexo feminino. Pelo menos é o que informa o Censo Discente 2013 da Uece, realizado pela Pró-Reitoria de Políticas Estudantis – Prae, ao atestar que 58% dos estudantes são mulheres, contra 42% de homens. Do total, 85% estão situados na faixa etária de 15 a 29 anos, dos quais 47% pertencem à faixa entre 20 a 24 anos, 16% entre 15 a 19 anos e 20% situados na faixa etária de 25 a 29 anos. Este peso juvenil, peculiar ao ensino universitário, representa uma responsabilidade especial paras as universidades, sobretudo para aquelas de natureza pública, como a Uece.
O pioneirismo da Uece na interiorização do ensino universitário no Ceará, em sua forma multicampi, presente além de Fortaleza, em seis importantes municípios e nas regiões por estes polarizadas, permitiu maior acessibilidade dos jovens do interior e da Capital à universidade. Este aspecto crucial explica a diversidade das juventudes presentes na trajetória dos discentes na Uece.
Em meio a esta rica diversidade, a Uece é marcada por algumas especificidades, certamente devido à sua capilaridade no Estado: 48% dos seus estudantes cursaram, integralmente, o ensino médio em escolas públicas, contra 44% dos que concluíram em escola particular; 85% desses jovens moram com seus familiares, 63% deles dependem financeiramente dos pais enquanto 25% dependem de si mesmos para se sustentarem.
Do ponto de vista socioeconômico, 60% dos jovens estudantes da Uece pertencem a famílias cuja renda bruta situa-se na faixa entre 0-3 salários mínimos (SM), sendo 15,91% de jovens oriundos de famílias com rendimentos entre 0-1 SM e 44,33% pertencentes a famílias com renda entre 1 a 3 SM. Estes dados revelam o tipo de juventudes presentes na Uece e a responsabilidade acadêmica, científica e social da Universidade em criar e assegurar oportunidades aos jovens com políticas públicas de apoio ao estudante, além do desafio de ampliar, ainda mais, a universalização das vagas oferecidas aos demais jovens que anseiam acesso ao ensino universitário como forma de afirmação de seus desejos e sonhos.
É obrigação republicana da Uece garantir formação acadêmica, científica, profissional, política e social, com qualidade, a seus jovens estudantes, como, também, desenvolver essas políticas públicas específicas como modo de afirmação destes jovens estudantes como sujeitos de direitos e de cuidados. Esta perspectiva de reforço à permanência qualificada e à resiliência dos jovens na universidade é desafio importante tanto para a Uece, quanto para as demais universidades públicas do Brasil.
(*) Pró-Reitor de Políticas Estudantis da Uece.
Publicado In: O Povo, Opinião, de 22/11/14. p.9.

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