O nosso Instituto para a Qualidade de Vida (IQVida),
extinto há três anos, teve como “slogan”, exatamente o título deste artigo.
Volto a escrever sobre o mesmo, porque ainda continuam me telefonando, querendo
marcar consultas individuais e institucionais sobre o assunto. Resolvemos
encerrar nossas atividades, ao nível de consultório e de elaboração de
programas, consultorias e palestras de QV em pequenas, médias e grandes
empresas do país, por ter chegado o inevitável tempo de aposentadoria. Destaco
o grande interesse que essas atividades apresentavam pela melhoria da QV de
seus empregados e funcionários. Esse trabalho dava-me imenso prazer, por
constatar que estávamos no mesmo caminho das empresas e instituições de muitos
países do mundo, na busca do desenvolvimento humano.
Faço parte de algumas importantes instituições
internacionais que estudam e trabalham em QV. Em meus dois livros publicados
sobre o assunto (Vida Longa com Qualidade I e II) cito várias delas e os
resultados que estão obtendo em termos de desenvolvimento humano e econômico
para os países. E, aproveito também, para ressaltar que várias organizações
futuristas, assunto que também tenho estudado em importantes momentos de minha
vida, referem às grandes variações prospectivas que existirão, para os países
que trabalham em QV com profissionais competentes.
Destaco, então, a nossa falta de profissionais
especialistas na área de QV para os indivíduos e instituições do país. Lembro que
as duas dimensões polares da vida são: qualidade e quantidade (longevidade).
Felizmente esta última dimensão tem recebido um grande destaque, com muitos
especialistas médicos (geriatras) e afins (gerontologistas) e de outras áreas
sociais e econômicas. Lembro que, ao regressar ao Brasil, como membro
aposentado da OMS/OPS, em 1993, quando falava sobre as variações do tema QV,
alguns colegas mostraram grande surpresa e outros até criticaram porque eu
estava falando sobre o inexistente.
Felizmente, nos últimos anos, o assunto tem sido
valorizado e destacado pelos órgãos de comunicação, pelas instituições sociais,
políticas e pela população em geral. Mas a QV continua sem especialistas
suficientes para aplicações mais específicas. As universidades, faculdades e
instituições de formação profissional não têm se mobilizado para o problema.
É importante lembrar que os condicionantes da dimensão QV
são: 1. estilos de vida; 2. educação; 3. saúde; 4. aspectos individuais; 5.
ambiente saudável; 6. aspectos sócio-culturais; 7. aspectos econômicos. Todos
com variações de seus diferentes fatores com a profundidade suficiente e
necessária para a formação de especialistas e profissionais capacitados. Esses
fatores devem ser bem conhecidos, trabalhados e alcançados para se ter uma boa
QV.
E, neste início de ano, vamos pensar no assunto? Será que
vamos poder melhorar a QV do Brasil e de nossa família, com as atuais condições
políticas, econômicas e sociais do país?
Vai ser difícil, sim, mas não é impossível. Comece com o
Condicionante n°1- estilos de vida saudáveis e vá em frente. Verá que o verbo
“querer” é muito forte e o desejado pode ser alcançado quando queremos com fé.
Para você, leitor amigo, desejo que em 2015, busque e tenha a “vida ativa,
criativa e saudável” que merece, com muitos momentos de felicidade.
(*) Médico, professor e ex-presidente da Academia Cearense de
Medicina.
Fonte: O Povo,
Opinião, de 31/12/2014. p.10.
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