Por Francisco Artur Pinheiro Alves (*)
No
ano em que comemoramos os 40 anos da Universidade Estadual do Ceará (Uece),
merece destaque em sua trajetória o aspecto do pioneirismo no processo de
interiorização do ensino superior no Ceará. Enquanto em estados, como a
Paraíba, a Universidade Federal foi instalada de forma descentralizada, com
campi em várias cidades do interior do estado, aqui no Ceará, a Universidade
Federal só veio a se expandir para o Interior já próximo de seus 50 anos.
Coube,
portanto ao governo estadual a tarefa de levar o ensino público superior para o
Interior. Neste contexto, a Uece já nasce com uma unidade interiorana, a
Faculdade Dom Aureliano Matos, que pertencia à Diocese de Limoeiro e foi incorporada
à Uece no momento de sua criação, em 1975.
Em
1983, o governador Gonzaga Mota, atendendo solicitação de lideranças políticas
interioranas, incorpora à Uece algumas faculdades criadas nos municípios e
institui cursos superiores em outros. Nascem destes processos os campi de
Quixadá, Crateús, Itapipoca, Iguatu, todos oriundos de faculdades locais, como
também unidades nas cidades de Ubajara, Redenção, Cedro e Ipu.
É
neste momento que a Uece realiza o seu primeiro grande concurso público de
provas e títulos, exatamente para suprir as vagas dos cursos recém-criados
nestas novas unidades. O concurso acontece em 1983 e a nomeação dos professores
se arrasta até 1986, após ser prorrogado por um ano pelo Cepe.
As
unidades de Quixadá, Itapipoca, Crateús e Iguatu, conseguiram manter-se
tornando-se posteriormente faculdades, no reitorado do professor Perípedes
Chaves (1988-1992). Já as unidades de Cedro, Redenção, Ubajara e Ipu não
conseguiram florescer por diversos motivos.
No
reitorado do Prof. Paulo de Melo Jorge Filho (Paulo Petrola, 1992-1996), há uma
nova etapa na expansão. Foram criados dois institutos de ensino superior em
Baturité e Senador Pompeu, vinculados à Feclesc. Estes institutos chegaram a
formar dezenas de professores, mas, sem o apoio necessário do governo estadual
e das prefeituras das regiões, vieram a fechar.
Houve,
também, a criação de um instituto desta natureza na cidade de Pentecoste, o
Instituto de Ciência e Tecnologia do Vale do Curu, que deveria ficar vinculado
à faculdade de Itapipoca, mas este não veio a se desenvolver. É deste período
também (1994) a criação do campus de Tauá, que nasce com a sigla de Cecitec –
Centro de Educação Ciência e Tecnologia da Região dos Inhamuns.
Em
todas as regiões onde a Uece se implantou, contribuiu e continua contribuindo
para o desenvolvimento local.
(*) Professor,
autor do livro A interiorização da UECE no Sertão Central (EdUECE, 2007).
Publicado In: O
Povo, Opinião, de 8/9/15. p.9.
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