Em 2013, a
crônica hipossuficiência de recursos financeiros para custeio da UECE,
sobretudo das suas unidades do interior cearense, combinada com o retardo na
feitura de um concurso público para professores, bem como a falta da implementação
das vantagens conquistadas em 2008, propiciaram um clima de descontentamento,
entre docentes, resultando em greve, decretada em assembleia geral, realizada
em 29/10/2013, rompendo um período de cinco anos sem greve na universidade.
Em 1º/11/2013,
sob as graças de todos os santos, o Colegiado do Curso de Medicina, em resposta
à convocação extraordinária do seu coordenador, discutiu, longamente, a deliberação
tomada na assembleia aludida, dosando os prós e contras da medida, daí expedindo
as seguintes decisões: o prosseguimento das atividades do Internato, nisso
inclusas as pertinentes à formatura da turma de 2013; o término do semestre em
andamento para os novos internos de 2014, que comporiam a turma de concluintes
em 2015; a continuidade das aulas práticas que aconteciam nos serviços extramuros
ao campus do Itaperi; e o acatamento da posição pessoal do professor que se opusesse
a aderir ao movimento paredista.
O colegiado da
Medicina, contando com o apoio da maioria do seu corpo docente, reconheceu que
as razões para a greve eram justas e merecedoras da solidariedade do curso médico,
mas fez restrição quanto à oportunidade da deflagração da mesma, naquele
momento.
O mesmo
colegiado deixou claro que o curso médico da Uece não era melhor e nem mais
importante do que qualquer outro curso ueceano, sendo apenas um pouco diferente
dos demais, à conta de suas particularidades. Esse posicionamento ratificava
que a MedUece tão somente se comportava contrária à greve na Uece, naquelas condições
imperantes.
Esperava-se,
então, que governantes e grevistas tivessem a flexibilidade para a interlocução
mediadora que favorecesse a chegada, em curto prazo, a um porto seguro, isentando-se
as partes envolvidas de maiores desgastes nesse novo confronto, o que,
lastimavelmente, não ocorreu, porquanto a paralisação perdurou por cerca de
dois meses, com evidentes prejuízos institucionais, marcadamente mais
deletérios aos estudantes.
Como resultado
da adesão parcial do curso médico, os internos não sofreram quaisquer afrontas
a seus direitos de formatura, pois os do sexto ano colaram grau em dezembro de
2013 e os do quinto foram diplomados em dezembro de 2014. Os alunos de
primeiro, segundo e terceiro anos passam por ajustes do calendário acadêmico da
Uece, da mesma forma que os universitários matriculados em outros cursos, até
que regularizem o cronograma universitário com o do calendário civil.
Já os
acadêmicos do quarto ano, para gáudio de tantos, lograram completar o oitavo semestre
letivo em dezembro de 2013, ingressaram no internato em janeiro de 2014 e,
agora, em dezembro de 2015, formam uma plêiade de valorosos médicos da MedUece
2015, denominada Turma Prof. Manassés Claudino Fonteles, que rende uma
justíssima homenagem, ainda que tardia, ao então Magnífico Reitor que levou a
cabo, com obstinação e determinação, a criação e instalação do Curso de
Medicina da UECE.
Parabéns a
todos os formandos da Turma Prof. Manassés Claudino Fonteles. Vocês bem
merecem!
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor titular de Saúde Pública-Uece
* Publicado In: Revista MedUECE: Turma Prof. Dr. Manassés Claudino Fonteles.
Fortaleza, Ano VIII, Nº 8. Dezembro de 2015. p.17.
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