segunda-feira, 14 de março de 2016

A SEGURANÇA NAS UNIVERSIDADES


Por José Jackson Coelho Sampaio (*)
As comunidades universitárias geram problemas para as cidades onde estão inseridas e ecoam reivindicações de toda a sociedade, mas são capazes de gerar soluções para si próprias e para a sociedade. Deste modo, a Uece tem se colocado: como lugar da cidade em busca de cuidado e, por meio de seus grupos de pesquisa, em fonte de soluções.
No momento, precisamos tratar das vulnerabilidades frente à questão da segurança urbana e nosso campus-sede serve de paradigma: são 104 hectares, onde 10 mil pessoas circulam em média diária, com seus quase 3 km de comprimento, situando-se na transição Serrinha/Itaperi/Maraponga. A ocorrência de violências, como roubos de bens pessoais, furtos de bens públicos e arrombamentos como os ocorridos ao final de janeiro último, criam uma realidade de insegurança sobre a qual se constrói sensação de insegurança ainda maior.
O gestor público precisa encontrar saídas deste labirinto e a Reitoria da Uece levou ao Governo Estadual e à coordenação do Ceará Pacífico o dossiê das ocorrências do biênio 2014/15, pedindo que os campi sejam considerados uma prioridade da Política de Segurança Pública, e que um grupo tarefa fosse montado para elaborar plano especial de segurança universitária. A resposta está sendo elaborada.
Com o plano em mão, abriremos discussão interna, para a produção do consenso possível sobre tema tão grave e delicado. Há três variáveis a considerar: os campi cresceram muito mais que a infraestrutura de proteção (na Uece, as equipes do batalhão patrimonial e da empresa privada diminuíram); os campi estão envoltos pela malha urbana, com toda a sua conflitualidade; e a vida acadêmica inclui outra camada de complexidade - a exigência de que seja democrático o comportamento dos agentes de segurança.
Assim, impõe-se que se encontre equilíbrio entre a proteção dos bens e das pessoas, sem que haja violação da intimidade e constrangimentos a servidores, estudantes, fornecedores, visitantes e a população do entorno que se beneficia dos projetos de extensão.
(*) Professor titular em saúde pública e reitor da Uece.
Publicado In: O Povo, Opinião, de 23/2/16. p.6.

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