Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Em 1986 governava o
Ceará, e houve um grande inverno no Estado, não sendo necessário, portanto,
utilizar os aviões da FUNCEME (Fundação Cearense de Meteorologia) para provocar
chuvas. Por outro lado, o Estado do Espírito Santo estava sofrendo com uma
estiagem significativa, gerando problemas para a população e também para as
atividades produtivas.
Sabendo do domínio da
tecnologia de “fazer chover” pela equipe técnica cearense, coordenada pelo
competente Dr. Zaranza, e que naquele momento as aeronaves não estavam
operando, fui procurado pelo prezado amigo Gerson Camatta, então governador do
querido povo capixaba. Solicitou-me a cessão de um avião para bombardear
nuvens.
Acolhi com boa vontade
e solidariedade o pedido, e disse-lhe que redigiria um convênio para assinarmos
por se tratar de uma operação de risco e relativamente dispendiosa (seguro e
manutenção do avião, despesas com pessoal e material, combustível, etc.). Ele
concordou, minha assessoria elaborou o documento e fui a Vitória para
solenidade de assinatura do convênio.
A imprensa divulgou
amplamente. O “Bandeirante” da FUNCEME seguiu um dia antes da minha chegada,
sob o comando dos excelentes pilotos Mauro Weyne e Arnaldo Escóssio. Fizeram
apenas um sobrevoo na Capital, nenhuma ação operacional, e foram para o Hangar.
Logo depois caiu um
verdadeiro “toró”. Ao chegar no aeroporto de Vitória, no dia seguinte, havia
uma bonita faixa: “São Pedro chegou ao Espírito Santo”. Olhei para o Camatta e disse-lhe: Amém. Rimos e fomos assinar o convênio no Palácio do Governo.
(*) Economista.
Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte:
Diário do Nordeste, Ideias, de 22/4/16
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