Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Ética e governabilidade devem caminhar juntas, buscando uma
sociedade politicamente aberta, soberana, de economia forte e socialmente
justa. Estas questões estão também associadas ao fenômeno da globalização, que
é importante, porém sem explorados e exploradores, sem discriminação, vinculada
a um debate amplo sobre tecnologia, pobreza, crescimento, meio ambiente e
políticas sociais. A globalização deve ser observada não apenas do ponto de
vista econômico, mas também político e cultural. Por sua vez, a política é
mutável ou dinâmica, já a moral é permanente. O importante é compatibilizar a
política e a moral dentro de bases éticas que respeitem a liberdade, a
democracia, a estrutura legal e a justiça social. Ademais, ressalte-se,
alcançaremos a verdadeira governabilidade mediante o atendimento das reais
necessidades e carências do povo e não fazendo concessões e acordos que possam
prejudicá-lo. A rigor, é difícil imaginar soluções para os problemas de uma
sociedade. Enquanto as pessoas não tiverem consciência critica e visão de
mudanças, ela não evolui. Buscar um mandato eletivo ou exercer uma atividade
pública significa muita responsabilidade ética, moral e também. social. O
objetivo da política, todos sabemos, é a conquista, a expansão e a preservação
dos espaços de poder. O embate e os jogos dos contrários constituem a essência
dos sistemas democráticos, respeitando-se os princípios éticos e morais, bem
como evitando-se corrupção, emboscadas e conluios. Vale destacar, por
fim, a atividade estatal deve buscar o bem para todos e não para um grupo
temporariamente no poder.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC.
Ex-governador do Ceará.
Fonte:
Diário do Nordeste, Ideias. Junho de 2016.
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