Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
De forma resumida, eis
um pouco de história risível. Em 1986, governávamos o Ceará, o quadro político
e econômico no Estado já estava mais tranquilo, pois vivíamos um período de
redemocratização no Brasil. Não mais ocorria, por parte das autoridades
econômicas da União, a perversa e conhecida retaliação em razão do nosso apoio
ao ex-presidente Tancredo Neves. Ademais, o inverno naquele ano foi razoável.
Contávamos com algum recurso, permitindo a realização de várias obras na
capital Fortaleza e no interior.
Num sábado de maio do
mencionado ano, estava prevista a inauguração do prédio da Delegacia da Fazenda
Estadual em Russas. Nosso “chefe político” no Município era o Vice-Prefeito
Agacy Fernandes, que organizou o evento. Naquela ocasião, Prefeito e
Vice-Prefeito russanos estavam politicamente estremecidos.
Por outro lado,
encontrava-se em Fortaleza o Dr. Ulysses Guimarães. Convidamos o grande líder
para participar da festa. Fomos. Muita gente, banda de forró, faixas, retratos,
etc. Adentramos ao andar térreo do prédio para que fosse iniciada a solenidade.
Falaram o Vice-Prefeito, o Governador e o Dr. Ulysses, que ao descerrar a
placa, observou apenas os nomes do Governador e do Vice-Prefeito. Perguntou-nos
surpreso: este Município não tem Prefeito? O dinâmico Agacy passou à frente e
disse: - Dr. Ulysses o Prefeito está viajando.
Agacy havia mandado
fazer a placa sem o nome do Prefeito. Coisas da política inocente.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte:
Diário do Nordeste, Ideias. Julho de 2016.
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