Meraldo
Zisman (*)
Médico-Psicoterapeuta
O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (em inglês: Center for Disease Control and Prevention - CDC), agência do Departamento de
Saúde dos Estados Unidos dedicada à prevenção de doenças transmissíveis, alerta
seus cidadãos e, sobretudo as gestantes, em qualquer período gestacional,
quanto a não ser aconselhável viajar para o Brasil, Colômbia, Guiana Francesa,
Guatemala, Haiti, Martinica, México, Paraguai, Suriname, Venezuela, El Salvador
e Porto Rico.
Por causa desse alerta as empresas de cruzeiros marítimos
pelo Caribe estão alarmadas. Os seus navios (verdadeiros shopping centers flutuantes), já estão acautelando aos seus
passageiros/consumidores quanto às picadas dos mosquitos, com avisos em seus
boletins de bordo: ‘Usem repelentes contra mosquitos e roupas longas’.
Para os que apreciam os estudos de psicologia profunda, a
designação do mosquito vetor (dengue, febre amarela, chicungunha), Aedes aegypti (aēdēs do grego
"odioso" e ægypti do latim
"do Egito"), faz lembrar as 7 pragas do Egito, agravado mais ainda e
virilizado pelas diversas mídias. É o pânico midiático. Pouco conhecido, creio
eu, é o fato de que nos países desenvolvidos os Sistemas de Saúde Coletiva
permanecem em alerta sobre a possibilidade de disseminação, para dentro das
suas fronteiras, de doenças tropicais.
Advirto. ‘Doenças Tropicais’ é um rodeio para evitar a
denominação das doenças da pobreza e do atraso sanitário.
Acrescento ser o Aedes
aegypti existente entre nós há tempos e soube – por ouvir dizer – que já
pediu sua naturalização...
Vide o Dr. Oswaldo Cruz (1872-1917) e o combate à febre
amarela na então capital do Brasil. O temor dos europeus de vir para o Brasil
pela infestação pela febre amarela urbana é histórico. Bem como a pitoresca
‘revolta da vacina’ ocorrida no Rio de Janeiro (1905) contra a vacinação da
febre amarela.
Filosofo eu, como médico e cidadão: A história se repete
“a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”.
Quanto à segurança olímpica, ajunte-se a situação mundial
e a luta contra o terrorismo internacional, refugiados, crimes, violências e
outras mazelas. Dado que mosquitos e vírus não carecem de passaporte para
entrar no Brasil, como fica a segurança das Olimpíadas a realizarem-se em
agosto de 2016? Isso, sem falar na crise política–econômica que estamos
vivendo. Tenho esperança que, apesar dos pecados dos nossos políticos (salvo as
exceções de praxe), as coisas se arranjem sozinhas.
Deus não deixou de ser brasileiro e tudo que acaba bem
passa a ser bom...
(*) Professor Titular da Pediatria da Universidade de Pernambuco.
Psicoterapeuta. Membro da Sobrames/PE, da União Brasileira de Escritores (UBE) e
da Academia Brasileira de Escritores Médicos (ABRAMES).
Nenhum comentário:
Postar um comentário