Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
No momento atual, sem querermos ser pessimistas, fatores como a
globalização perversa; a busca do poder pelo poder, não respeitando os
princípios éticos; o fundamentalismo religioso; o corporativismo autoritário; o
capitalismo selvagem; a corrupção; os estelionatos eleitorais e
administrativos, motivados por alguns mecanismos de marketing e da falsa mídia,
dentre outros elementos, estão conduzindo nações ricas, emergentes e pobres
para uma crise que abrange aspectos morais, socioeconômicos, de desesperança,
de irresponsabilidade, de injustiça, de violência, etc. Se o avanço científico
e tecnológico, apoiado quase sempre num propósito egoísta, para certos
segmentos da humanidade proporcionou melhores condições de vida, para outros
não aconteceu o mesmo. Não somos contra o progresso, todavia não concordamos
quando, em consequência, ocorre uma expansão no número de pessoas excluídas e
oprimidas. Precisamos, estrategicamente e sem preconceitos pensar o futuro. Não
obstante as diferenças culturais dos povos, existem características básicas que
devem ser comuns: a justiça; a perspectiva de mobilidade social, implicando no
conceito de igualdade de oportunidades; a soberania popular, evidenciada por
convicções democráticas e não por forças autoritárias; como também a busca
permanente da paz. Por sua vez, acreditamos que o modelo do Estado Democrático
de Direito está esgotado. Segundo Cícero: “Summum jus - Summa injuria” (O
supremo direito é a suprema injustiça) – por exemplo, dentre vários, o foro
privilegiado. É chegada a hora de se colocar na agenda de debates a
transformação do Estado Democrático de Direito em Estado Democrático de
Justiça.
(*) Economista. Professor
aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste,
Ideias. Julho de 2016.
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