Por João Soares Neto (*)
O que caracteriza o
Natal? A sociabilidade aumentada? A mudança do estado de espírito? Mais proximidade
com a família? Ouvir e ver os anseios encomendados nas televisões? Acreditar em
saúde melhor? A intenção, mesmo passageira, de servir, ajudar o próximo? A cultura
do nosso dia a dia? A esperança de fazer algo novo, empreender? E como ficam as finanças no balanço já em
curso? Empatam, pelo menos?
Há um pouco de cada um
do especulado no parágrafo acima, mas Natal é, antes de tudo, simbologia. A
necessidade pessoal de se sentir melhor do que é na realidade; deixar por menos
os inesgotáveis motes familiares; ver a saúde como o resultado da genética, dos
exercícios feitos ou não, do comido, do bebido e de como nos aceitamos no nosso
mundinho real e no imenso universo.
Natal é, mesmo assim,
sinal de vida. Somos parte da humanidade. Essa a enfrentar-se no Oriente Médio
de forma absurda para os nossos olhares não árabes; ver a decadência política e
econômica do Brasil causada pelo descaso de cada um de nós, os eleitores. Não
era para ser assim?! Era. Nós somos causa e efeito do todo a nos aturdir.
Em seguida, logo ali,
o ano novo, um dia igual a todos, pois feriado dito da confraternização
universal. Exato nesse dia nos trancamos em nossas casas, dando trato à
imaginação e na reflexão feita não encontramos a pedra filosofal ou mera saída. Daqui a menos de um mês, a Casa Branca
voltará a ser branca. E o Jaburu? Feliz Natal!
(*) João Soares Neto é escritor e membro da Academia Cearense de
Letras.
Fonte: Publicado no jornal Diário do Nordeste, Ideias,
24/12/16.
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