O Banco do Nordeste, o Governo e a Assembleia
Legislativa do Ceará, cinco das sete universidades públicas cearenses, entre
elas Uece, UVA e Urca, dois órgãos de imprensa, a Fiec e jovens inovadores com
a experiência de startups de sucesso uniram-se numa viagem muito especial, a
Israel, para visitar coworkings,
bancos inteligentes, empresas baseadas em tecnologia e inovação, a autoridade
em ciência e tecnologia do governo israelense e, ao fim, motivo principal, para
participar de seminário internacional da Universidade Ben Gurion, articulando
Ceará/Brasil com Jiling/China.
Debateram-se
captação e reúso de água, dessalinização e prevenção do desperdício de água,
sistemas de contenção de desertificação, biotecnologia e TIC, por entre
labirintos de modernidade e globalização, no caso de Tel Aviv, de tradição
histórica e sacralidade múltipla, no caso de Jerusalém, ou por entre labirintos
de paz precária, sobre permanente infraestrutura de guerra, em todos os
lugares: desde a sensação de que qualquer estalo pode gerar reações cirúrgicas
de contenção até repaginações do ancestral humor judaico: um universitário de
Beersheva, ao ser perguntado sobre a distância para Gaza, respondeu que seriam
40min de carro, 10min de bimotor e 10seg de míssil.
Mas a
preparação desta viagem, para mim, revelou situações surpreendentes. Algumas,
protetoras, com súplicas de, por favor, não vá, o que você vai fazer no meio
daquelas guerras e terrores? Outras, radicalmente políticas, clamando que eu
não fosse ao encontro de vítimas de holocausto, hoje responsáveis pelo
holocausto palestino.
Sei que toda
sociabilidade humana precisa ser compreendida, que além e aquém da geopolítica
e das formas de exploração, estão cenários, pessoas, arte, cultura e
biografias, resistindo em grandeza ao passar dos governos e das castas
político-econômicas. Ao encontro da inteligência humana, entre o Mediterrâneo,
o mar Morto e o deserto de Neguev, eu fui, como irei a Ramallah, na primeira
oportunidade.
(*) Professor titular em saúde pública e reitor da Uece.
Publicado. In: O
Povo, Opinião, de 23/5/17. p.12.
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