segunda-feira, 27 de novembro de 2017

AMOR E DOR

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Peço permissão ao leitor para dizer-lhe que somente a leitura de um bom livro e assistir a um jogo do Flamengo, na televisão e principalmente no Maracanã, são para mim diversões melhores do que um bom filme. Gosto muito de ir ao cinema. Todavia, nos últimos anos não acompanho, como acompanhava a projeção de películas nacionais e estrangeiras. Vivemos num ambiente tão complicado, precisando de mensagens de solidariedade, paz e esperança e não de guerras, ataques de extra-terrestres, armas mortíferas, destruição do mundo, conflitos inter-planetários, etc. Os efeitos cinematográficos podem até ser bem concebidos, mas o final, apesar de algumas vezes, ser a vitória do bem contra o mal, é apresentado de uma forma cruel, sanguinária e depressiva, deixando quem assiste dominado pelo sentimento da violência. Não que eu seja a favor dos chamados “pastelões” ou dos filmes “água com açúcar”. No entanto, no momento, é difícil uma boa comédia ou um bom drama. Por sua vez, respeito a opção de cada um. “Questão de gosto não se discute”, como diz a sabedoria popular. Porém, é bem melhor que os sentimentos sejam ordenados, que as flores apareçam sobre os escombros, as alegrias superem as tristezas e a sensação de felicidade fique acima do temor e das preocupações, prevalecendo o amor. Fiz estes comentários para enaltecer um filme que assisti no último fim de semana: “Uma razão para recomeçar” (“New Life”, no original). Uma história que envolve “Amor e dor”, mas mostra os sentimentos de solidariedade, caridade e doação. Na plateia cinco pessoas. Em outra sala, tive a curiosidade de ir ver um filme de violência: casa cheia. Assim é a vida.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 27/10/2017.

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