Peço permissão ao leitor para dizer-lhe que somente a
leitura de um bom livro e assistir a um jogo do Flamengo, na televisão e
principalmente no Maracanã, são para mim diversões melhores do que um bom
filme. Gosto muito de ir ao cinema. Todavia, nos últimos anos não acompanho,
como acompanhava a projeção de películas nacionais e estrangeiras. Vivemos num
ambiente tão complicado, precisando de mensagens de solidariedade, paz e
esperança e não de guerras, ataques de extra-terrestres, armas mortíferas,
destruição do mundo, conflitos inter-planetários, etc. Os efeitos
cinematográficos podem até ser bem concebidos, mas o final, apesar de algumas
vezes, ser a vitória do bem contra o mal, é apresentado de uma forma cruel,
sanguinária e depressiva, deixando quem assiste dominado pelo sentimento da
violência. Não que eu seja a favor dos chamados “pastelões” ou dos filmes “água
com açúcar”. No entanto, no momento, é difícil uma boa comédia ou um bom drama.
Por sua vez, respeito a opção de cada um. “Questão de gosto não se discute”,
como diz a sabedoria popular. Porém, é bem melhor que os sentimentos sejam
ordenados, que as flores apareçam sobre os escombros, as alegrias superem as
tristezas e a sensação de felicidade fique acima do temor e das preocupações,
prevalecendo o amor. Fiz estes comentários para enaltecer um filme que assisti
no último fim de semana: “Uma razão para recomeçar” (“New Life”, no original).
Uma história que envolve “Amor e dor”, mas mostra os sentimentos de
solidariedade, caridade e doação. Na plateia cinco pessoas. Em outra sala, tive
a curiosidade de ir ver um filme de violência: casa cheia. Assim é a vida.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 27/10/2017.
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