A
origem da moeda está relacionada com a evolução dos sistemas econômicos. A
natureza dinâmica das atividades produtivas e as forças de mercado forçaram o
surgimento da moeda. Os sistemas mais rudimentares caracterizavam-se pela
ausência de trocas e consequentemente de moeda. Tendo-se, portanto, a chamada
economia natural. As pessoas eram autossuficientes (tipo Robinson Crusoé, no
romance de Daniel Defoe). Os níveis de poupança nulos, implicavam na estagnação
daquelas comunidades. Como segundo tipo de sistema surgiu a economia de
escambo, as trocas de bens eram realizadas diretamente, sem a existência de
intermediários. Foi o início da especialização (divisão do trabalho). Apesar da
evolução, a economia de escambo apresentava uma série de problemas, impedindo
uma expansão mais acelerada da produção, tais como: indivisibilidade dos bens,
coincidência de interesses, dificuldade de transportes, dentre outros. O
terceiro tipo foi chamado de economia monetária, havia intermediários e, mais
ainda, avançaram os processos de especialização (vantagens comparativas) e de
geração de poupanças que seriam transformadas em investimentos. A moeda, nessa
fase, assumiu duas formas distintas: moeda mercadoria (com valor intrínseco) e
moeda fiduciária (com base na confiança). Observa-se que, ao longo do tempo,
ocorreu uma desmaterialização da moeda. Ademais, se, de um lado, a moeda
permitiu o desenvolvimento das atividades produtivas e do emprego, de outro,
vem sendo um instrumento de preocupação em razão da ganância e da especulação
de agentes econômicos.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 3/11/2017.
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