segunda-feira, 12 de março de 2018

CRISE NACIONAL

Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Como preliminar deste resumido texto, podemos afirmar que a crise brasileira, antes de tudo, é ética e moral. Sem generalizar, não existe decência, desculpe o termo, na cara de muitos brasileiros e brasileiras. Há escassez de solidariedade, de amor à pátria, de honestidade e também de consciência crítica. É preocupante a situação do nosso querido Brasil. Há tempos Rui Barbosa disse algo que atualmente se aplica com nitidez. Eis o final do conhecido pensamento do ilustre jurista: “..., o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. É impossível alcançarmos um Estado desenvolvido quando enfrentamos momentos de dificuldades envolvendo, de forma “intra” e “inter”, os três poderes constituídos, conforme estabelecido no Art. 2º de nossa Carta Magna; independência e harmonia. Cremos que toda problemática decorre dessa cruel desarticulação. Não é isso que deseja o povo brasileiro. E sim, uma sociedade democrática, sem violência, justa, bem como sem desequilíbrios políticos e sócio-econômicos. O momento que vivemos traduz a falta de perspectiva das novas gerações e deixa num clima de perplexidade os mais velhos. Infelizmente, precisamos renascer a cada dia. Por sua vez, ao longo do tempo, muitas decisões tomadas pelo poder público visaram e visam atender ou agradar mais ao chamado mercado do que ao povo, o que é lamentável. Queremos um Estado Democrático de Direito onde governantes e governados assumam atitudes compatíveis com a solidariedade, o progresso e a justiça, mas jamais com a concessão de privilégios e a formação de conluios.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 9/3/2018.

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