Como preliminar deste
resumido texto, podemos afirmar que a crise brasileira, antes de tudo, é ética
e moral. Sem generalizar, não existe decência, desculpe o termo, na cara de
muitos brasileiros e brasileiras. Há escassez de solidariedade, de amor à
pátria, de honestidade e também de consciência crítica. É preocupante a
situação do nosso querido Brasil. Há tempos Rui Barbosa disse algo que
atualmente se aplica com nitidez. Eis o final do conhecido pensamento do
ilustre jurista: “..., o homem chega a
desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”. É impossível alcançarmos um Estado
desenvolvido quando enfrentamos momentos de dificuldades envolvendo, de forma
“intra” e “inter”, os três poderes constituídos, conforme estabelecido no Art.
2º de nossa Carta Magna; independência e harmonia. Cremos que toda problemática
decorre dessa cruel desarticulação. Não é isso que deseja o povo brasileiro. E
sim, uma sociedade democrática, sem violência, justa, bem como sem
desequilíbrios políticos e sócio-econômicos. O momento que vivemos traduz a
falta de perspectiva das novas gerações e deixa num clima de perplexidade os
mais velhos. Infelizmente, precisamos renascer a cada dia. Por sua vez, ao
longo do tempo, muitas decisões tomadas pelo poder público visaram e visam
atender ou agradar mais ao chamado mercado do que ao povo, o que é lamentável.
Queremos um Estado Democrático de Direito onde governantes e governados assumam
atitudes compatíveis com a solidariedade, o progresso e a justiça, mas jamais
com a concessão de privilégios e a formação de conluios.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 9/3/2018.
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