Conheci Cleide
Ancilon, em 1973, quando, encerrado o Ciclo Básico do Curso de Medicina, passei
a ter aulas no Campus do Porangabuçu. Foi muito gratificante, conviver com ela,
desde os primeiros contatos, até 1977, ano em que obtive o diploma de médico,
pela Universidade Federal do Ceará (UFC), renovando-se esse contentamento a
cada encontro e a cada conversa amigável que por ventura se venha ter.
Pessoa muito
amável, humilde mas sem subserviência, inovadora ao ponto de tornar mais
aprazível o uso da biblioteca, pela forma delicada com que agia junto aos
alunos ou aos professores, a todos acolhendo de forma generosa, oferecendo o
máximo de possibilidades, mesmo dentro das limitações do acervo, encontrava
respostas às dúvidas dos que vinham à biblioteca do Centro de Ciências da Saúde
(CCS).
Vejo, agora,
com rara satisfação, a lúcida iniciativa do Departamento de Ciências da
Informação da UFC, de homenagear justamente aquela que foi um farol a iluminar
os caminhos do saber, como que direcionando um navio para um porto seguro,
ancorado no Curso de Biblioteconomia, reconhecida pela suma importância que
representa para a sociedade, e não apenas para a academia.
Com efeito, ela
esteve sempre presente em todos os empreendimentos e movimentos classistas que
levaram a profissão de bibliotecônomo a lograr o respeito da comunidade e
afirmação de sua relevância para a organização do conhecimento e a disseminação
da ciência e da cultura, granjeando o reconhecimento de cientista da
informação.
A homenagem
veio em um momento propício, enquadrado no período comemorativo atravessado
pela UFC, na passagem dos seus cinqüenta anos de criação, oportunidade em que
docentes e funcionários que mais se destacaram ao longo dessa jornada de meio
século, estão sendo merecidamente homenageados, com destaque para um dos seus
mais eloqüentes exemplos de dedicação ao trabalho, no caso, a Sra. Cleide
Ancilon, que detinha as funções de Professora e Bibliotecária, ambas
atribuições exercidas com zelo, candura e, notadamente, apuro técnico da melhor
qualidade.
A professora
Cleide, diga-se de passagem, sempre soube se portar com competência técnica,
responsabilidade social e, sobretudo, incomparável doçura humana, por todo o
tempo em que prestou serviços à UFC, tanto no exercício das suas funções
docentes, quanto como diretora de Biblioteca, inicialmente a da Faculdade de
Medicina, da qual foi a grande propulsora, e, depois, da biblioteca setorial do
CCS, consolidada por ela e a sua valiosa equipe.
Ao término
destas palavras, gostaria de externar, mais uma vez, a minha simpatia e meu
louvor pela decisão do Conselho Universitário, que conferiu à docente Cleide
Ancilon de Alencar Pereira o título de Professora Emérita da UFC, juntando a
esses meus sentimentos, votos de congratulações ao Magnífico Reitor Renê
Barreira, pela efusiva solenidade que marcou tão merecida outorga.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Professor
titular de Saúde Pública da Uece
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