Entendemos que os dois grandes problemas do nosso tempo
são as questões envolvendo a paz e a justiça social. No atual estágio da
humanidade, destacam-se como fundamentais os direitos à vida e à liberdade,
como também o direito de se ter o mínimo indispensável para alcançar a
cidadania. Ações precisam ser concebidas visando buscar uma melhor justiça
distributiva, consequentemente uma organização socialmente justa. A vida é mais
agradável e bela quando percebemos a presença da amizade e a ausência da inveja
e do ódio. Torna-se básico a exaltação dos valores internos e morais, para que
possamos buscar felicidade e esperança. Vivemos dias de expectativas, para não
dizer de intranquilidade e angústia, no contexto mundial. Em todas as nações,
da mais rica às mais pobres, existem problemas relacionados com a falta de
entendimento, humildade, justiça, amor e paz. A supremacia dos valores
materiais sobre os espirituais é a grande responsável pelo atual desajuste
universal. Quando dizemos valores espirituais não estamos nos referindo e
também nos restringindo a uma determinada religião, doutrina ou seita. Vale
lembrar Mahatma Gandhi: "Considero-me hindu, cristão, muçulmano, judeu, budista e confuciano". Não podemos mais conviver com guerras,
terrorismo, disputas inócuas, enfim, com qualquer tipo de violência política,
social, econômica, etc. A discriminação entre as pessoas, por exemplo, representa
a forma mais cruel de coação, permitindo o constrangimento físico ou moral. A
falta de solidariedade leva ao desentendimento, à intolerância e ao
comportamento irracional. Não queremos um mundo preconceituoso.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 4/5/2018.
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