Pedro
Henrique Saraiva Leão (*)
Abordamos este tema em
dois artigos (ver Câncer (I), 26/05/2018) mercê da sua permanência, 12% das
malignidades humanas, da maior conscientização dos riscos habituais, cotidianos
e de novas condutas consentâneas ao seu diagnóstico oportuno, assim como sua
eficaz proservação (rastreamento).
Nosso eminente colega
mineiro Guimarães Rosa, falecido aos 59 anos, afirmou ser perigoso viver.
Pudera! Vários inimigos nossos, neste “grande sertão” podem engendrar (gerar)
câncer anorretal: 1. Dieta. Sabe-se que a nutrição, ao lado da doença
coronariana e do AVC, integra a tríade das principais causas de óbito. No
câncer grossintestinal e retal, os vilões da dieta ocidental são os ácidos
graxos saturados (das carnes vermelhas e da gordura animal), a falta de fibras
vegetais e o açúcar refinado, este por alguns alcunhado “diabo branco”. 2.
Tabagismo.
A propósito recomendamos
consultar nossos artigos recentes, “Diga-me o que comes” (15/02/2017) e “Saber
comer” (23/03/2017). Curiosamente os americanos denominam o cigarro como
“coffin nails” – pregos de caixão! 3. Álcool. 4. Sedentarismo, aconselha-se um
mínimo de 150 minutos/semana de exercícios físicos. 5. Obesidade, e talvez o
diabetes.
Entre outros fatores
determinantes contam-se (a) a hereditariedade (20-30%), (b) as colites
crônicas, e (c) os pólipos dessas regiões. Os riscos conhecidos de contraí-lo
podem ser moderado, alto ou muito alto. Risco moderado correm os cinquentões de
ambos os sexos, (46%) máxime se portadores antigos (+ 10 anos) de pólipos
intestinais, pela sua notória tendência cancerígena. Em risco alto incorre quem
tem familiares já acometidos de câncer reto – colônico. A suspeição mais alta é
conferida pelo câncer hereditário ou poliposes familiares. Exames modernos
precoces incluem testes genômicos como G5TM1, BRCA1, e o TP53.
(*) Professor Emérito da UFC.
Titular das Academias Cearense de Letras, de Medicina e de Médicos Escritores.
Fonte: O Povo, 7/07/2018.
Opinião, p.19.
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