Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
O mês de outubro sempre nos renova um desafio: precisamos ser
missionários. E começamos a exercer a missão em nossas famílias. A primeira
célula a ser objeto de nossa evangelização é a nossa família, depois nosso
quarteirão e, a partir daí as cidades até os confins do mundo.
A Igreja nasce
missionária. Jesus era de Belém, porém, um dos lugares onde foi propagar sua
Boa Nova, foi em Cafarnaum, num entroncamento de grandes estradas. Dentro dos
seus recursos, Jesus foi anunciar o Evangelho onde a Boa Nova poderia
"pegar a estrada".
Para semear é necessária
perseverança, que vem da vigilância. Se achamos que as coisas serão rápidas,
nos enganamos, elas não o são. As coisas para Deus demoram a ser conquistadas.
Não adianta termos pressa e desanimar por não vermos resultados imediatos. Tudo
acontece no tempo de Deus. Não somos máquinas, e Deus não é, obrigatoriamente,
escravo do nosso relógio, da nossa hora.
O Reino de Deus, em nós, é
uma construção constante. Largar as redes e dar o primeiro passo é importante,
exige audácia, mas a vida é um aprendizado, o discipulado é permanente. Servir
é a prioridade. Santa Terezinha, que celebramos no início deste mês, foi uma
das primeiras que, mesmo sem ter uma Bíblia, foi muito criativa e "danadinha",
ia à Igreja e copiava em seu caderninho os escritos dos Livros Sagrados. Quando
esse texto caiu em suas mãos, ela entendeu que ali estava o segredo. Ela
entendeu essa lógica diferente de Jesus. Entendeu que ao contrário de pensar na
santidade como sacrifício, como algo inatingível, em alcançar a santidade pelos
grandes feitos, deveria ser como uma criança, e se fez uma criança nas mãos de
Jesus.
Santa Teresinha não só
descobriu que no coração da Igreja sua vocação era o amor, como também sabia
que o seu coração foi feito para amar. Teresinha entrou com 15 anos no Mosteiro
das Carmelitas em Lisieux, na França, com a autorização do papa Leão XIII. Sua
vida se passou na humildade e confiança plena em Deus. Morreu com apenas 24
anos, se fez santa num convento que não tinha mais que 800m². Foi declarada
Padroeira das Missões sem nunca ter saído do convento, porque sua oração tinha
realmente asas. Conseguiu atingir a Igreja que estava na ponta e os
missionários que estavam em missão.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 20/09/2018.
Opinião. p.20.
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