Por jornalista Tarcísio Matos,
de O Povo
Dinheiro pouco eu
tenho muito
‘Afadigado’ pela chikungunya, mas sempre ‘imperoso’, Mané
Chico é do tipo ‘sim, sim – não, não!’ Vai ou racha. Se der, deu; senão der,
não deu. Pei bufo. Ou é ou deixa de é. Gosto dum acaba assim. Senti firmeza
quando o acompanhei numa pesquisa de opinião, que respondeu sobre o que achava
do ‘jeitão do presidente Michel’. O amigo bateu no peito e disparou no olho do
jaburu:
—Nem caga nem desocupa a moita!
Gostei! Dei mais valor ainda quando a mesma mocinha do
instituto perguntou se ele concordava com a opinião do brasileiro que, cansado
de tanta ‘iscandilice’, concluiu contristado: “Literalmente
e sem medo de errar, o Brasil está virando um verdadeiro cabaré!” Ora, ora, ora! Nascido e criado no cabaré Lagarta
Pintada, na Rua dos Democratas, Mané Chico deu uma upa e bradou:
—Cuma, dona?!? Cuma?!?
A jovem destacou o argumento do dito brasileiro inconformado:
“Nunca se viu tantos absurdos, tantas
decisões absurdas, tanta baderna”. Daí a
comparação do País de agora com o lupanar de sempre. Mané Chico, munido de
apreciáveis vivências – dois esquentamentos e quatro copeiras de chato, subiu
na mesa e vociferou:
—Jamais, minha bichinha! Jamais!
Mané, cabaré até o talo, quase chorando...
—É um insulto dizer isso dessa instituição benemerente!
Respeitem a casa de recursos que nos fez cidadãos. Brasileiros, respeitem o
cabaré!
Sagrado credor fí duma
égua
Poucas coisas deixam um cristão da marca de Jair Morais
tão encabulado. Cobrar de quem deve é uma delas. Sobremodo quando demais carece
ter de volta o que cedeu. Conheço gente boa que, devendo centos milhões, nunca
nem passou em frente à delegacia. Mas vá o pobre cobrar! Vai, Jair! Desaforo
come de esmola! Dá até cadeia!
Só agora eu soube. Sucede que o fí duma égua do Dedé
Odrex, há um ano e meio, pediu 50 contos emprestados a Jair (e outros 500 a
tantos outros de boa-fé) e pagou a negada toda tempos depois, paulatinamente,
menos ao ‘poeta dos cachorros’. Por quê? Jair inventou de cobrar o que lhe era
devido!
Aos fatos. Incompetente na gestão dos negócios
(fabricação de mariola-conceito), Dedé viu o comércio degringolar com o advento
do iPhone 6s Plus e, pra evitar falir, buscou arrego financeirativo no hoje
ex-amigão do peito Jair de Moura Morais (e noutros tantos de boa-fé). Ainda
assim quebrou que apartou. Prometia idiomático, escondendo intenções
descabidas.
—Devo, não nego-lhes, pago-lhes quando puder-lhes! Paciência-lhes,
senão-lhes...
Dedé consegue se reerguer da liseira. Ora, pois, de
quitar débitos, mais por compressão que por compreensão. Aos poucos liquidará o
passivo. A metodologia para sanar as dívidas, fidumaeguamente falando: escreveu
em pedacinhos de papel os nomes de todos os credores (e valores) e socou numa
caixa.
E o mais fidumaeguamente falando: só constava da lista
quem nunca lhe tivesse feito uma única cobrança. Jair, em um ano e meio, cobrou
212 vezes e meia.
—212 vezes e meia, não pagarei os 50 contos do Jair!!!
Mão de tabefe levou Dedé Odrex. Três dias de xilindró pro
‘poeta dos cachorros’.
Fonte: O POVO, de 22/07/2017.
Coluna “Aos Vivos”, de Tarcísio Matos. p.8.
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