terça-feira, 11 de dezembro de 2018

MOBILIDADE COMPROMETIDA


Com o sugestivo título "Beco sem saída", o jornalista Eliomar de Lima, em sua conceituada coluna, publicada em O POVO, de 16/10/18, noticiou que "moradores de condomínio, lojistas e clientes de pontos no entorno da obra do VLT ficaram sem retorno para o acesso a essa via. O mais próximo fica a 1,5 km, perto da avenida Santana Júnior. Cobram solução da engenharia do trânsito.".
Essa nota vem ao encontro do clamor de muitos cidadãos que circulam nas imediações da confluência das avenidas Pontes Vieira e Virgílio Távora, no Dionísio Torres, mercê da desconsideração de gestores municipais, que não atentam direito de mobilidade.
Com o prolongamento da av. Virgílio Távora à av. Pontes Vieira tornou-se uma via de intenso tráfego. Aberturas para conversão existentes no canteiro central foram obliteradas, obrigando aos que se dirigiam ao Centro e bairros adjacentes a se fazer um retorno entre 200m a 300m, a partir dessa extensão, a atual av. Dr. Edmilson Barros de Oliveira.
Assim, há alguns poucos anos, os motoristas que precisassem passar do lado par (para o ímpar da av. Pontes Vieira tinham quatro opções. Uma à direita, entrando por uma colateral da Via Expressa, e ingressando na rua Vicente Leite, cruzando os trilhos, e se conectando à av. Pontes Vieira. As outras eram três conversões permitidas no curso da av. Dr. Edmilson Barros de Oliveira.
Com o andamento das obras do VLT, primeiro, fecharam o acesso pela rua Vicente Leite, e, em seguida, impediram qualquer retorno pelo canteiro central das duas primeiras conversões mais próximas ao viaduto e, por fim, colocaram uma placa de conversão proibida na terceira.
Essas descabidas medidas trouxeram inegáveis prejuízos, tanto aos moradores da área como aos que trabalham ou necessitam de serviços do Hospital São Carlos e da Secretaria Estadual do Meio Ambiente.
Os malefícios são de ordem econômica, com maiores gastos em combustíveis, e imateriais, com a perda de tempo no trânsito, impactando na qualidade de vida do cidadão, tão onerado pelos tributos municipais e igualmente despojado do cuidado público.
Diante do exposto, apela-se para a sensibilidade dos gestores municipais, e reclama-se a pronta reabertura de, pelo menos, uma das conversões em foco.
Marcelo Gurgel Carlos da Silva 
Médico e economista
* Publicado In: O Povo. Fortaleza, 8 de janeiro de 2018. Caderno A (Opinião). p.24.

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