Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Perguntaram-me, certa
vez, quais as quatro personalidades públicas de atuação nacional que eu
destacaria, ao longo de minha vida. Difícil indagação, vez que no período
existiram figuras notáveis e não gostaria de cometer injustiças. Mas, como
curioso da História do Brasil, não deixei de emitir a minha modesta opinião.
Sei que agradarei a alguns e desagradarei a outros. Sugiro ao leitor, caso
concorde ou não, pesquisar e analisar informações mais detalhadas, pois a
contradita faz parte da democracia. Seguirei no resumido artigo a ordem
cronológica: ministro Oswaldo Aranha, presidente Castelo Branco, deputado
Ulysses Guimarães e general Villas Boas, mais recentemente. As quatro
personalidades tiveram em comum a defesa da democracia e a luta contra a
corrupção. Oswaldo Aranha, brilhante, de grande conceito internacional, foi
decisivo, quando da Segunda Guerra Mundial, levou o Brasil a apoiar os Aliados,
cuja liderança principal foi Winston Churchill, contra os países do Eixo
(Alemanha, Itália e Japão) liderados, principalmente, por Hitler. Por sua vez,
certo dia, governava eu o Ceará, e conversando (1986) com a mulher símbolo e
orgulho do Estado, Rachel de Queiroz, perguntei-lhe: Rachel, o Castelo era ditador?
Ela, com a sinceridade que lhe era peculiar respondeu: “Gonzaga, sou uma mulher vivida e lhe afirmo que o Castelo
foi um democrata e detestava a corrupção. Queria apenas fazer um Governo de
transição”. Já com relação a Ulysses, em
conversa comigo (1992), nos últimos meses de sua vida, disse-me: “Querido governador (assim me chamava) nunca perca suas
convicções democráticas e considere que a corrupção é o cupim da República”. Por fim, é importante manter acesa a chama da
democracia e da anti-corrupção mostrada aos brasileiros, nos anos mais
recentes, pelo general Villas Boas, quando comandava o Exército do Brasil.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 15/2/2019.
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