terça-feira, 5 de novembro de 2019

CÂNCER DE MAMA: porque ainda mata?


Por Raquel Mattos (*)
O câncer de mama foi e continua sendo um assunto relevante de saúde pública. É a neoplasia maligna mais incidente em mulheres na maior parte do mundo. De acordo com as últimas estatísticas mundiais, foram estimados 2,1 milhões de casos novos de câncer e 627 mil óbitos pela doença. No Brasil, as estimativas de incidência de câncer de mama para o ano de 2019 são de 59.700 casos novos, destes, 1.410 serão em Fortaleza. É o tipo de câncer que mais acomete as mulheres brasileiras, excetuando-se os tumores de pele não melanoma, e, também, o que mais mata. Acredita-se que fatores relacionados ao conhecimento da doença e às dificuldades de acesso das mulheres aos métodos diagnósticos e ao tratamento adequado e oportuno, resultam na chegada das pacientes em estágios mais avançados. Isso acaba piorando o prognóstico da doença e, dessa forma, a sobrevida delas.
Nesse cenário, o planejamento de estratégias de controle do câncer de mama por meio da detecção precoce é fundamental. Toda alteração suspeita de câncer nas mamas, identificada numa mamografia de rotina ou percebida pela mulher ou pelo médico durante um exame clínico, necessita ser investigada. O acompanhamento pode ser feito com a realização de outros exames de imagem, como ultrassonografia ou ressonância magnética e com a análise histopatológica da lesão suspeita, procedimento padrão para confirmar o diagnóstico de câncer.
A mamografia é o método prescrito para rastreamento na rotina da atenção integral à saúde da mulher, ela é recomendada para as mulheres de 50 a 69 anos a cada dois anos. O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, suas características biológicas, bem como as condições da paciente. Em pacientes jovens que ainda não possuem prole definida, é importante discutir possíveis questões sobre fertilidade e orientar sobre opções de manutenção da fertilidade antes do início da terapia.
Este ano, a campanha do Outubro Rosa tem como tema "Câncer de mama: juntos, sem medo." Tem como principal objetivo fortalecer as recomendações de rastreamento e diagnóstico precoce do câncer de mama. Vamos, portanto, falar sobre o assunto e incentivar nossas mulheres a se cuidarem. 

(*) Médica ginecologista e obstetra.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 9/10/2019. Opinião. p.18.

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