O esporte é uma fonte de inspiração tanto para o
desenvolvimento pessoal quanto para o profissional. Se perguntarmos a algum
amigo que já participou de um esporte, individual ou coletivo de alto
rendimento, de forma competitiva, sobre as principais experiências ou
ensinamentos positivos ou negativos já vividos por ele, ficaremos surpresos com
a profundidade da maior parte das narrativas.
A chegada da última Corrida de São Silvestre é um primor
de aprendizado sob duas perspectivas: a do vencedor Queniano ou a do segundo
colocado, o Ugandense, ultrapassado nos últimos
metros de uma prova de 15 km. Esse fato pode ser comparado a um gol, em
disputa de título, aos 47 minutos do segundo tempo, ou a uma cesta no último
segundo de uma partida decisiva.
Nunca se render às adversidades e continuar
lutando por uma vitória, quando a derrota já parecia consumada, são
oportunidades que nos levam a refletir sobre a vida e as voltas que ela dá. Quantos
não estiveram no auge e viram o chão desabar, aparentemente sem solução, e
depois se reergueram e reconstruíram, degrau a degrau, a vida pessoal e
profissional? Por outro lado, quantos continuaram lutando diante da falta de
perspectivas até que as oportunidades apareceram e lhes deram novos rumos para
o futuro?
A final do Mundial de Clubes da FIFA,
quando o campeão europeu Liverpool venceu o campeão sul-americano Flamengo, e o
derrotado foi, por muitos, enaltecido por não se ter acovardado diante da
diferença de poderio econômico e de elenco. O Fortaleza foi festejado por obter
o nono lugar no campeonato brasileiro e vaga na sul-americana, mesmo com o
segundo menor orçamento entre os 20 participantes.
Quem se espanta com a competitividade no
mundo nos negócios e no mercado de trabalho não tem ideia da pressão existente
nos esportes de alto rendimento, onde cada detalhe faz a diferença entre a
vitória e a derrota; onde a rivalidade é absurda, multiplicando os casos de
depressão entre os atletas.
Nos esportes, na vida pessoal e no mundo
empresarial são os desafios impostos pelos grandes objetivos que mobilizam as
energias para superar limites, sempre valorizando indicadores para medir o
desempenho, avaliando a relação risco x retorno de cada decisão a ser tomada.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte: O Povo, de 20/1/20. Opinião. p.24.
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