Por Luiz Gonzaga Fonseca
Mota (*)
Recomeçamos, com a ajuda de
amigos, a criação ou ampliação de minibibliotecas em áreas carentes do Ceará, principalmente
nos bairros pobres de Fortaleza. O objetivo é levar livros para crianças e
jovens. Mediante a leitura, essa população infanto-juvenil, poderá buscar
melhores condições de vida. A experiência no ano passado (2019) foi
satisfatória, pois foram criadas ou ampliadas 32 unidades, em escolas ou
associações. É um trabalho de longo prazo, portanto precisamos do apoio de mais
voluntários. Essa ação aparentemente “quixotesca” é uma das formas de transformar o sonho da educação em
realidade. Por sua vez, estamos na época da “quaresma”, propícia às reflexões,
que nos conduzam ao abandono da alegria irresponsável e da tristeza
persistente. Nossas ações podem indicar a luz que nos leva a um porto seguro.
Ensinemos as crianças e jovens a pescar, encontrando a solução para seus
problemas e dificuldades, oferecendo-lhes livros. Por outro lado, mencionamos
estas reflexões para externar uma decepção. Perguntou-me, com ironia, certo
intelectual: “você vai se candidatar a algum
cargo eletivo?” Respondi não com lhaneza e
destaquei alguns pontos da minha vida pública. Há dez anos não sou filiado a
nenhum Partido Político. Ademais, tenho a consciência tranquila e o
reconhecimento da maioria significativa do povo cearense que cumpri com minhas
obrigações, tanto como Governador do Ceará como na função de Deputado Federal:
obras físicas e sociais, educação em todos os níveis, processo de
redemocratização do Brasil, presidente de Comissões da Câmara e do Parlatino,
análise do Sistema Financeiro Nacional, relator do Plano Real, dentre outras.
Diante da grosseria do intelectual, relevei o fato e pedi para ele procurar o
significado bíblico da palavra gratuidade. Aliás, educar uma criança traz as
virtudes do seu coração para o mundo.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 20/3/2020.
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