Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
São Pio de Pietrelcina, um santo da atualidade. Lembro que a devoção a um
santo tem o propósito de aprendermos como ele respondeu ao chamado, como seguiu
Jesus e, a partir disso, aprendermos a lidar com as nossas próprias
inquietações.
Conhecer mais a vida de São Pio e falar sobre ele edifica minha fé. Se
muitos se surpreendem quando digo que entrei no seminário com 11 anos, imaginem
São Pio que com apenas cinco anos recebeu a vocação.
Quando perguntaram a ele porque se recolhia em oração e não brincava com
as outras crianças, respondeu que era porque elas blasfemavam muito. Às vezes é
necessário aprender com uma criança que nem todo lugar, nem todas as conversas,
nem todas as pessoas nos convém, quando estas ferem a Deus.
Aos 16 anos entrou como noviço na Ordem dos Frades Menores em Morcone,
depois de quatro anos fez a profissão solene. Chegou a ser ordenado
precocemente porque temia morrer a qualquer momento. Depois de seis anos, teve
uma melhora e foi transferido para o convento Santa Maria das Graças, em San
Giovanni Rotondo, lugarejo pobre da Itália que se transformou em um pedacinho
do céu. Isso comprova que onde Deus nos quer e nos coloca, é ali que temos que
servir e gerar frutos para o Reino.
Primeiro foi agraciado com os estigmas invisíveis e depois recebeu os
visíveis, da crucifixão de Jesus, que permaneceram nele por mais de 50 anos.
Houve denúncias equivocadas, sofreu com a invidia clericalis (a inveja entre os
clérigos), disseram que ele fazia suas próprias feridas. Foram anos de
perseguição. Ele foi proibido de rezar missas públicas e de atender confissões.
Mas, no lugar de se revoltar, ele disse: "A Igreja é uma mãe à qual é
preciso amar, e mais ainda quando nos pune".
Todos nós fomos marcados pelo sofrimento da crise gerada pela pandemia,
estamos tentando seguir em frente e nos tornar pessoas melhores. Então,
peguemos algum exemplo de São Pio para nossa vida espiritual. Peçamos que ele
interceda junto a Jesus das Santas Chagas para que as nossas chagas sejam
curadas no Senhor e para que as graças que necessitamos e não conseguimos, por
tão grande intercessor, sejam derramadas sobre nós.
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 26/9/2020.
Opinião. p.16.
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