Por Luiz Gonzaga Fonseca Mota (*)
Já ressaltamos, neste espaço, em 20 de novembro do corrente ano,
também de forma resumida, que o capital social poderia ser analisado sob dois
aspectos complementares: tradicional e comportamental. Acreditamos, inclusive, que
os investimentos e gastos sociais só evidenciarão eficácia permanente e
estratégica desde que ocorram modificações no comportamento do setor público,
bem como no das pessoas. Ademais, valeria a pena destacar que é importante não
confundir a educação cognitiva- capacidade de adquirir conhecimento mediante
métodos convencionais- com a educação comportamental. Com relação ao setor
público não é conveniente a busca do poder pelo poder, pois os integrantes
daquele setor são escolhidos para servir e não para serem servidos. Por sua
vez, orientações “maquiavélicas” não conduzem um povo a uma situação de tranquilidade
política, democrática, de ordenamento jurídico, de crescimento com distribuição
de renda, numa perspectiva de redução das desigualdades. Sob o ângulo das
pessoas (aspecto individual) a manifestação da justa solidariedade somente será
alcançada quando houver a valorização dos sentimentos espirituais e não apenas
materiais. Como disse São Tomás de Aquino: “Há
homens cuja fraqueza de inteligência não lhes permitiu ir além das coisas
corpóreas”. A existência humana não
significa viver, porém procurar um bom motivo para viver. A verdade é irmã
gêmea da virtude e o sentido da vida é observado por aqueles que possuem boas
atitudes. No momento, “o mundo está em
cólicas”, como disse certa vez Oto Lara
Rezende. Portanto, o comportamento (capital social) da humanidade precisa ser
repensado para termos paz, justiça e amor. Segundo Albert Einstein: “O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por
aquelas que permitem a maldade” e mais: “A imaginação é mais importante que o conhecimento”.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC. Ex-governador do
Ceará.
Fonte: Diário
do Nordeste, Ideias. 27/11/2020.
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