Por Lauro Chaves Neto (*)
A responsabilidade e a ética devem ser os
princípios norteadores da sustentabilidade dos investimentos, as suas ausências
na economia geram a degradação desenfreada do meio ambiente e o processo de
exploração das pessoas, principalmente dos mais vulneráveis. Já na política,
essa ausência gera o poder exercido para o benefício individual em detrimento
da coletividade.
Regras formais jamais serão suficientes para
compensar a falta de responsabilidade e ética dos agentes econômicos, é
necessária uma mudança no mindset. Nas últimas décadas, ganharam importância
formulações para decisões de investimentos que buscassem compatibilizar o lucro
com sustentabilidade.
A Conferência de Estocolmo, da ONU, em 1972,
praticamente iniciou as mudanças de atitude para a preservação do meio
ambiente, depois foram vários embates até chegar aos 17 Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável e ao acordo de Paris. O Brasil foi protagonista,
tanto na Eco-92, como na Rio 20.
Os princípios do ESG (Environmental, Social and
Governance) são cada vez mais importantes no mundo empresarial e no das
finanças, para selecionar ativos seguindo o seu impacto e performance esperados
nas áreas do ambiente, da sociedade e da governança.
O G de Governança possui relevância no novo
mercado, segmento da B3, com as empresas de capital aberto que praticam,
voluntariamente, boas práticas de transparência e governança até com mais
intensidade do que a legislação determina. O S de Social envolve toda a geração
de valor para a sociedade. O E do ambiental talvez seja o mais complexo de ser
avaliado objetivamente, existem métricas como o ISE (Índice de Sustentabilidade
Empresarial), usado pela B3, para analisar quão sustentável e responsável é a
gestão das companhias listadas.
Atualmente, as empresas que seguem o ESG são o
target prioritário dos fundos de investimentos para financiamento das suas
operações e projetos de expansão, tendendo a ser este um caminho sem retorno,
pois o lucro com responsabilidade e ética, além de remunerar os acionistas,
contribui para o equacionamento de questões sociais e ambientais.
(*) Consultor,
professor doutor da Uece e conselheiro do Conselho Federal de Economia.
Fonte:
O Povo,
de 12/10/20. Opinião. p.20.
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