Diante do agravamento da crise sanitária da Covid-19, que está levando ao colapso o sistema de saúde em vários estados, a Abrasco alerta para a urgente necessidade do Brasil superar a negligência e a desorganização impostas pelo governo federal ao enfrentamento da crise e passar a tratá-la seriamente.
Desde o início da pandemia, as entidades científicas
têm alertado para a importância de implementar medidas de redução da transmissão
da doença, baseadas no conhecimento científico e em experiências bem-sucedidas
de outros países.
O Brasil precisa adotar essas medidas urgentemente
para diminuir o número de novos casos e óbitos. Entre elas, são prioritárias:
1.Ampliação imediata das
medidas de restrição da circulação de pessoas, a princípio, por duas semanas
para diminuir a transmissão do vírus.
2.Manutenção
de todas medidas preventivas (distanciamento físico, uso de máscaras e higiene
das mãos).
3.Fortalecimento
da Vigilância Epidemiológica em sua dimensão multisetorial/ multidisciplinar,
territorial, integrada com a APS objetivando as medidas de controle: detecção
precoce, investigação laboratorial, isolamento, quarentena e busca ativa de
casos suspeitos e confirmados, além da instituição da vigilância genômica no
país.
4.
Ampliação da capacidade assistencial em todos os níveis, incluindo leitos de
UTI.
5.
Aceleração da vacinação para toda a população coordenada pelo Programa Nacional
de Imunização (PNI) do SUS.
6.
Campanhas massivas de comunicação sobre o cenário atual da epidemia no país,
formas de prevenção e a importância da vacinação.
7.
Garantia do auxílio financeiro emergencial, enquanto
durar o estado de emergência e sem desmonte das políticas sociais do país
A efetividade
da implementação dessas ações depende de adequada coordenação nacional. Por
isto, a Abrasco recomenda fortemente a instituição de um Comitê de Salvação Nacional com a
participação de representações das três esferas de governo (federal, estados e
municípios) e de representações do controle social do SUS e da comunidade
científica.
Desde março de 2020, a Abrasco não tem poupado
esforços no sentido do contribuir com orientações técnicas (como o Plano
Nacional de Enfrentamento da Covid-19). Infelizmente, o cenário que era mais
temido está se tornado realidade. Não é admissível que tantas vidas sejam
perdidas!
Todos os esforços devem ser feitos por parte das
autoridades políticas e sanitárias para superar esta crise. A sociedade, por
sua vez, precisa se unir solidariamente e exigir do Estado o cumprimento do seu
dever constitucional.
Por fim, a Abrasco convoca todos para participar do ato “A maior calamidade de nossa história: o Brasil não pode
se calar”, no dia 2 de março, às 15h, com transmissão pela TV Abrasco.
ABRASCO, Rio de Janeiro, 27 de
fevereiro de 2021.
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