quarta-feira, 17 de março de 2021

MEMÓRIAS DA ESCOLA APOSTÓLICA DE BATURITÉ

Por Pe. Eugênio Pacelli SJ (*)

Quem visita o Mosteiro dos Jesuítas, em Baturité, fica encantado com o monumento encravado entre as montanhas. Palco de história e lembranças de tantos que por lá passaram, e dedicação de valentes jesuítas portugueses que o construíram com a finalidade de ser casa de evangelização, educação e formação de novos jesuítas.

A companhia de Jesus (Ordem dos Jesuítas) sempre se preocupou com a formação de seus membros. Coube ao jesuíta português Pe. Antônio Pinto, a escolha do lugar para abrigar a Escola Apostólica com tal finalidade. A priori, dois lugares estavam em vista: Bananeiras (PB) e Baturité (CE). Em abril de 1921, Baturité foi escolhida a assumir papel importante na presença da Companhia de Jesus no Nordeste, graças à colaboração do senhor, Ananias Arruda, e do bispo, Dom Manuel.

No dia 3 de dezembro de 1922, por ocasião da festa de São Francisco Xavier, foi lançada a pedra fundamental, que continha pedra trazida das ruínas da antiga Igreja dos jesuítas do Real hospício do Ceará, em Aquiraz, como traço de união entre a Companhia antiga e a moderna e como estímulo à imitação das virtudes daqueles grandes homens que cultivavam e fecundaram a vinha do Senhor em terras cearenses.

Depois de muito trabalho e sacrifícios foi inaugurada, no dia 15 de agosto de 1927, a Escola Apostólica Sagrado Coração de Jesus, em Baturité, já recebendo sete estudantes, chegando a 120 estudantes, nas variadas etapas de formação dos jesuítas.

A Escola Apostólica tornou-se um grande centro humanista de excelência acadêmica que formou gerações de homens competentes, íntegros, comprometidos, alimentados pelos valores do Evangelho e pelo exemplo constante de abnegação e dedicação de padres e irmãos jesuítas.

Portanto, quando visitar o "Mosteiro de Baturité", lembre-se que, entre as belas paredes que o constituem, há muitas histórias, conquistas, suor e vidas entregues ao serviço da fé e da educação. Ali, viviam com tão pouco e eram felizes, com menos informações e possuíam mais conhecimento, e assim, fizeram diferença onde passaram.

(*) Sacerdote jesuíta e mestre em Teologia. Diretor pastoral do Colégio Sto. Inácio.

Fonte: O Povo, de 13/2/2021. Opinião. p.14.

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