Por Paulo Sérgio Dourado Arrais (*)
Tenho acompanhado, atentamente, a luta do
governador, Camilo Santana, e demais autoridades, no enfrentamento à
Covid-19, assim como dos cientistas, profissionais de saúde, empresários e diversos
profissionais do setor de serviços.
Entre os prós e os contras às medidas
governamentais, sobram muitas conjecturas, acusações e desrespeitos nas
redes sociais. Entretanto, é importante encarar os fatos.
Estudo recente evidenciou que a variante de Manaus
da Covid-19 é até 2,2 vezes mais infecciosa do que a que circulou
inicialmente e, é também, mais agressiva ao nosso organismo.
Existem várias outras variantes, ainda
desconhecidas, que se somam ao atual momento. Portanto, a falta de medidas
mais rígidas, desde a época das eleições (2020), pode ter proporcionado a
situação que enfrentamos agora: hospitais com leitos e UTIs lotadas, com
pacientes com a Covid-19, e centenas precisando de assistência, na lista de
espera, tanto no setor público como no privado.
Para parar a propagação do vírus temos que
limitar ao máximo a circulação de pessoas na cidade.
Caso contrário, teremos centenas ou até milhares de
pessoas sem assistência médica, e a possibilidade de vermos as cenas terríveis
de cadáveres nas portas dos hospitais, ou em nossos domicílios, pois
não teremos onde armazenar corpos e nem caixões suficientes para os
mesmos, vide o que já ocorreu em outros estados e países.
Por consequência, o caos e
a barbárie estarão instaurados em nossa sociedade.
Entretanto, os que são contra, têm razão em uma
coisa, é necessário apoiar as famílias que terão suas rendas afetadas, com
o auxílio emergencial, e amparar os empresários, do pequeno ao grande, de
alguma forma.
Essa decisão é dos políticos, em Brasília, mas o que
prevalece é a preocupação com a falta de recursos para subsidiar estas
despesas, e que o país pode quebrar, o que tem retardado a resolução
do problema e ampliado a propagação do vírus.
Para "arranjar" o dinheiro, ideias já
foram propagadas em outras ocasiões, neste conceituado jornal, como por
exemplo: a taxação das grandes fortunas e a retirada das várias
regalias, principalmente do Legislativo e do Judiciário, onde estão
as maiores somas de recursos voltados para garantir os vários
auxílios existentes para atuação nos cargos.
Enquanto não se resolve isso, fica a queda de
braço entre o presidente, os governadores, os prefeitos, e a população no
meio desse tiroteio.
(*) Doutor em Saúde Pública e professor da UFC.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 10/03/2021. Opinião. p.17.
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