No final dos anos
sessenta, um tenente fora designado para servir no tradicional Grupamento de
Fuzileiros Navais de Ladário,
Ainda quando servia
nesse mesmo quartel, encontrava-se ele no aeroporto, chegando de viagem, e
discou para lá, solicitando uma condução.
– Bom dia, aqui é o Tenente Beltrano; quem está falando, por
favor?
– Não senhor, o Tenente Beltrano não está – respondeu o soldado telefonista.
Acreditando
que ele não houvesse ouvido bem, o oficial retrucou:
– Não, senhor soldado! Creio que você não ouviu bem; aqui é o
Tenente Beltrano falando; estou no aeroporto e preciso de uma condução ao quartel.
Mas
o soldado repetiu, seguro:
– Não senhor, o Tenente Beltrano saiu. O
senhor quer deixar recado?
Já
meio impaciente, o Tenente Beltrano pensou em solicitar que ele chamasse o
Oficial de Serviço, mas decidiu agir de outro modo:
– Está bem. Quando ele chegar, diga que eu liguei.
– E como é mesmo o nome do senhor?
– Tenente Beltrano
– informou o oficial.
Ele
então voltou para o quartel de táxi. Ao lá chegar, como esperado, recebeu o
recado de que ele havia ligado para si mesmo...
Marcelo Gurgel Carlos da Silva
Ex-Presidente da Sobrames-Ceará
* Publicado In: SILVA, M. G. C. da (Org.). Ombro, arma! Médicos
contam causos da caserna. Fortaleza: Expressão, 2018. 112p. p.72.
Nota: Esse causo acima foi adaptado dos originais de Gil
Cordeiro Dias Ferreira, postados em 6 de julho de 2012, no Portal Militar. São
desse autor, ao todo, mais de quinze causos relacionados à Marinha de Guerra do
Brasil, que podem ser acessados em: http://www.militar.com.br/artigo-2474-Coisa-de-Naval---Causos-Fuzileiros#.Uoi53SfEhHI
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