Por Sofia
Lerche Vieira (*)
Em
25 de março de 2021, dia em que o Ceará poderia estar celebrando sua data
magna, O POVO estampou uma manchete há dias esperada: "uma tragédia
imensurável - Brasil atinge marca de 300 mil mortes pela Covid-19". Sinais
dessa tragédia estão por toda parte. Para onde quer que se dirija o olhar,
parece haver sofrimento, luto e dor.
O
que fazer para sobreviver emocionalmente a tamanho estresse? Em circunstâncias
como as que ora atravessamos, mensagens de otimismo acalentam a alma. Se assim
é em rotas de normalidade, o que dizer de dias tristes como estes que vivemos?
A
popular expressão "vai dar certo" incorporada pelo presidente do sistema
Unimed e adotada pela cidade como hashtag é uma expressão desse sentimento. Em
tempos de sofrimento profundo, buscamos consolo e alento. Palavras de luz
ajudam a caminhar. Os relatos diários do Dr. Elias Bezerra Leite sobre o avanço
da pandemia na rede sob sua gestão apresentam informações importantes: os
números da tragédia e a reinvenção diária de um equipamento de saúde, que se
adapta para abrigar mais e mais pacientes. Saber que as portas de um hospital
continuarão abertas é tudo que quer ouvir um coração atormentado pelo medo.
Acima e além das informações, porém, está o sentimento de empatia que suas
lives diárias despertam.
A
empatia, esta virtude rara de colocar-se no lugar do outro e exercer aquilo que
há de mais humano em nós, é característica essencial aos que exercem funções de
liderança. Os gestores maiores da crise sanitária no Ceará - o governador
Camilo e o secretário Cabeto - têm evidenciado essa capacidade. Lúcidos e
serenos, apesar das críticas de segmentos mais atingidos pela recessão econômica,
ambos seguem à frente, incansáveis. Comprovam, assim, que se a história os
escolheu para o mais árduo dos desafios, seus perfis de coragem hão de
permanecer na memória do tempo e dos dias que virão.
Se
vai dar certo, na verdade, não sabemos. Fato é que precisamos de otimismo para
não morrer. E o mantra do Dr. Elias é inspirador.
(*)
Professora do Programa de Pós-Graduação
em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 29/03/21. Opinião, p.22.
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