Por Pe. Reginaldo Manzotti (*)
Neste mês celebramos a Páscoa, Festa da vida que venceu a
morte. Jesus Cristo, morrendo, destruiu a morte; ressurgindo, deu-nos nova
vida.
A ressurreição é o centro da nossa fé. É a primeira e a mais importante
verdade que cremos e professamos, tanto que São Paulo chegou a destacar: “Mas
se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã é também a vossa fé. ”
(1Cor 15, 14). Pela Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo fomos
redimidos e nos foi dada a vida eterna.
A ressurreição de Cristo é o maior acontecimento da história da
humanidade. Trata-se de um fato único, apesar da Bíblia trazer relatos de
pessoas que foram reanimadas, reavivadas e voltaram a vida normal que tinham,
mas depois de um tempo morreram, como exemplos Lázaro e o filho da viúva de
Naum.
Com Jesus não foi assim, como explica o grande teólogo Joseph Ratzinger -
Papa Emerito Bento XVI, no segundo volume da obra “Jesus de Nazaré” ( Ed.
Planeta): “A ressurreição de Jesus foi a evasão para um gênero de vida
totalmente novo, para uma vida já não sujeita à lei do morrer e do
transformar-se, mas situada para além disso: uma vida que inaugurou uma nova
dimensão de ser homem” (…) ”Jesus não voltou a uma vida normal deste mundo,
como sucedera com Lázaro e os outros mortos ressuscitados por Ele. Ele saiu
para uma vida diversa, nova: saiu para a vastidão de Deus e é a partir dela que
se manifesta aos seus”.
A Páscoa tem o sentido da renovação do renascimento. A força da
Ressurreição é muito poderosa, tem que haver uma transformação em cada um de
nós.
A ressurreição de Cristo convida-nos a sermos novas criaturas, a
passarmos da prostração para a atitude, do desânimo para a esperança, das
trevas do pecado para a luz, pois, de fato, “se alguém está em Cristo, uma nova
criatura é; as coisas velhas já passaram e eis que tudo se fez novo” (2Cor 5,
17).
Aos discípulos pede-se que sejam as testemunhas da ressurreição:
verdadeiramente morto, verdadeiramente ressuscitado.
Cristo foi macerado, como diz a Carta aos Hebreus, aprendeu das coisas
que sofreu. Isto é, elevou ainda mais Sua obediência porque perseverou mesmo
passando por muita dor. (cf. Hb 5,9). E, nós vamos desistir e recuar diante das
tribulações?
O sepulcro vazio é a certeza da ressurreição, que significa também, que a
morte, o medo, o sofrimento, deixam de ter poder sobre toda as pessoas de fé.
Portanto, a obediência ao Pai vale a pena. São verdades que devem mudar nossas
vidas.
Não renunciemos a nossa cruz, sigamos o exemplo de Nosso Senhor. A
cruz não é algo penoso, é sinal de salvação. A tribulação é a oportunidade de
obedecer a Deus e ressuscitar no dia final. A tristeza é momentânea o que nos
sustenta é alegria. É exultar em Cristo Ressuscitado. Quem ainda não O
encontrou não tem sentido para viver.
A pessoa que se sente perdida e desolada precisa fazer a experiência com
o Senhor Ressuscitado. Na Páscoa é como se Cristo, sol nascente e luz
sem ocaso nos disse-se: “se animem, se revigorem, se fortaleçam na minha
Ressurreição”.
Conseguimos sentir o Ressuscitado quando, além de nos deixar conduzir
pela Sua luz seguimos Suas pegadas acreditando naquilo pelo qual Ele morreu e
Deus O ressuscitou. Coisas que estão totalmente a nosso alcance como
o amor ao próximo, servir, fazer o bem, partilhar o pouco ou o muito que
temos. Lembremos o que Ele mesmo nos diz: Nisto conhecerão que sois meus
discípulos: se vos amarem uns aos outros (Jo 13, 35).
O conforto da ressurreição, especialmente nesse tempo de pandemia, é
um estímulo, um alento e a verdade que sustenta nossa vida. Acreditem na força
da ressurreição.
Feliz e abençoada Páscoa!
(*) Fundador e presidente da
Associação Evangelizar é Preciso e pároco reitor do Santuário Nossa Senhora de
Guadalupe, em Curitiba (PR).
Fonte: O Povo, de 24/4/2021. Opinião. p.16.
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