Por Eduardo Girão
(*)
Estamos
em uma guerra, na qual todos os recursos precisam ser usados para salvar vidas.
E esse resgate humanitário urge no coração e nas almas dos humanos,
especialmente dos médicos que têm uma missão sublime neste momento de provação
mundial.
Em
recente artigo, aqui no O POVO, o médico Roberto da Justa classificou o tratamento
precoce da Covid-19 como farsa. Mesmo respeitando a sua opinião, tenho
o dever de contestá-la, amparado no que tenho testemunhado e até por meio de
uma sessão de debates do Senado, onde foram apresentadas experiências de
médicos renomados no Brasil e no mundo.
Farsa,
é negar evidências científicas e resultados clínicos da
eficácia do uso de medicamentos que impedem o agravamento da infecção. Farsa é
ignorar a Nota Técnica do MPF/Goiás, que confirma o êxito de terapias
farmacológicas usadas há décadas com segurança em outras enfermidades.
Farsa
é não reconhecer resultados positivos em cidades como Porto Feliz, Porto
Seguro, São Lourenço e Búzios. Farsa é ignorar o sucesso no estado de Uttar
Pradesch, na Índia, cuja população é de 210 milhões, a mesma do Brasil.
Farsa
é não levar em conta o depoimento do Dr. Hazuo Ozaki, da Associação Médica de
Tóquio, sobre estudos randomizados, assim como a defesa veemente do
Dr. Anastácio Queiroz, ex-secretário de Saúde do Ceará, enquanto o atual
secretário, embora tendo feito tratamento precoce, nega o mesmo direito à
população.
Isso
não é apenas uma farsa. É hipocrisia. Farsa é colocar a ideologia
política partidária em detrimento do bem dos conterrâneos menos favorecidos.
Farsa
é o governo receber mais de R$ 4 bilhões para o enfrentamento da pandemia e por
descontrole na gestão, decretar um novo lockdown. É fazer de conta
que não vê os maiores hospitais particulares do Ceará (Unimed e Hapvida)
adotarem o tratamento precoce.
O
fato é que quem tem dinheiro usa; quem não tem fica a merecer da boa vontade de
autoridades insensíveis. E isso é crime e a história vai mostrar! Mas ainda dá
tempo de repensar.
Continuo
acreditando na capacidade de reflexão de nós, seres humanos, que muitas vezes
corrigimos em uma existência as nossas más inclinações no campo da vaidade e de
orgulho, especialmente daqueles que fizeram o juramento de Hipócrates para
salvar vidas. Paz e bem.
(*) Empresário. Senador pelo Podemos/CE.
Fonte: Publicado In: O Povo, de 17/4/21. Opinião, p.21.
Tomemos o exemplo de Porto Feliz, um município com 53.402 habitantes (2020), no Estado de SP.
ResponderExcluirO boletim epidemiológico de 14/06 da prefeitura desta cidade informa estar atualmente com 14 casos de Covid-19 internados em enfermarias (10 confirmados) e 17 casos de Covid-19 internados em leitos de UTI (13 confirmados).
https://www.portofeliz.sp.gov.br/boletim-epidemiol%C3%B3gico
Registraram-se até o momento 107 óbitos por Covid-19 em Porto Feliz, o que resulta em 180 óbitos por 100 mil habitantes. Um pouco melhor do que ter uma mortalidade por Covid-19 de 228 óbitos por 100 mil, a deste país (que tem deixado o mundo científico estupefacto pela forma como enfrenta uma pandemia).
Mas quem dera estivesse algo próximo do Vietnam, cuja mortalidade específica por Covid-19 é de 6 óbitos por 100 mil habitantes (Worldmeter, 15/06/2021).