terça-feira, 15 de junho de 2021

FARSA É ESCONDER TRATAMENTO PRECOCE

Por Eduardo Girão (*)

Estamos em uma guerra, na qual todos os recursos precisam ser usados para salvar vidas. E esse resgate humanitário urge no coração e nas almas dos humanos, especialmente dos médicos que têm uma missão sublime neste momento de provação mundial.

Em recente artigo, aqui no O POVO, o médico Roberto da Justa classificou o tratamento precoce da Covid-19 como farsa. Mesmo respeitando a sua opinião, tenho o dever de contestá-la, amparado no que tenho testemunhado e até por meio de uma sessão de debates do Senado, onde foram apresentadas experiências de médicos renomados no Brasil e no mundo.

Farsa, é negar evidências científicas e resultados clínicos da eficácia do uso de medicamentos que impedem o agravamento da infecção. Farsa é ignorar a Nota Técnica do MPF/Goiás, que confirma o êxito de terapias farmacológicas usadas há décadas com segurança em outras enfermidades.

Farsa é não reconhecer resultados positivos em cidades como Porto Feliz, Porto Seguro, São Lourenço e Búzios. Farsa é ignorar o sucesso no estado de Uttar Pradesch, na Índia, cuja população é de 210 milhões, a mesma do Brasil.

Farsa é não levar em conta o depoimento do Dr. Hazuo Ozaki, da Associação Médica de Tóquio, sobre estudos randomizados, assim como a defesa veemente do Dr. Anastácio Queiroz, ex-secretário de Saúde do Ceará, enquanto o atual secretário, embora tendo feito tratamento precoce, nega o mesmo direito à população.

Isso não é apenas uma farsa. É hipocrisia. Farsa é colocar a ideologia política partidária em detrimento do bem dos conterrâneos menos favorecidos.

Farsa é o governo receber mais de R$ 4 bilhões para o enfrentamento da pandemia e por descontrole na gestão, decretar um novo lockdown. É fazer de conta que não vê os maiores hospitais particulares do Ceará (Unimed e Hapvida) adotarem o tratamento precoce.

O fato é que quem tem dinheiro usa; quem não tem fica a merecer da boa vontade de autoridades insensíveis. E isso é crime e a história vai mostrar! Mas ainda dá tempo de repensar.

Continuo acreditando na capacidade de reflexão de nós, seres humanos, que muitas vezes corrigimos em uma existência as nossas más inclinações no campo da vaidade e de orgulho, especialmente daqueles que fizeram o juramento de Hipócrates para salvar vidas. Paz e bem. 

(*) Empresário. Senador pelo Podemos/CE.

Fonte: Publicado In: O Povo, de 17/4/21. Opinião, p.21.

Um comentário:

  1. Tomemos o exemplo de Porto Feliz, um município com 53.402 habitantes (2020), no Estado de SP.
    O boletim epidemiológico de 14/06 da prefeitura desta cidade informa estar atualmente com 14 casos de Covid-19 internados em enfermarias (10 confirmados) e 17 casos de Covid-19 internados em leitos de UTI (13 confirmados).
    https://www.portofeliz.sp.gov.br/boletim-epidemiol%C3%B3gico
    Registraram-se até o momento 107 óbitos por Covid-19 em Porto Feliz, o que resulta em 180 óbitos por 100 mil habitantes. Um pouco melhor do que ter uma mortalidade por Covid-19 de 228 óbitos por 100 mil, a deste país (que tem deixado o mundo científico estupefacto pela forma como enfrenta uma pandemia).
    Mas quem dera estivesse algo próximo do Vietnam, cuja mortalidade específica por Covid-19 é de 6 óbitos por 100 mil habitantes (Worldmeter, 15/06/2021).

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