Por Luiz
Gonzaga Fonseca Mota (*)
Dentre os
principais objetivos nacionais, destacam-se: inserção do Brasil, de forma
soberana, no contexto mundial; aumento persistente do nível de emprego;
melhoria dos indicadores de distribuição de renda e redução da pobreza. É claro
que por trás destes objetivos interdependentes está a grande questão social,
prioridade absoluta do país. Por outro lado, como desafios básicos, podem ser
mencionados: boas taxas de crescimento sem jogar o País na inflação e combinar
juros baixos, melhores salários, queda do desemprego e investimentos sociais,
dentre os principais pontos. Não é fácil, todavia precisa-se tentar. Seria
fundamental alcançar a cooperação entre governo, sociedade e setores
empresariais e trabalhistas. O desenvolvimento integrado e sustentável somente
ocorrerá na medida em que haja uma participação responsável dos diversos
segmentos da sociedade. Questões tão complexas exigem, igualmente, tratamento
complexo. A persecução da estabilidade macroeconômica é vital para que a
retomada do desenvolvimento econômico seja eficaz, pois de outra forma não
haveria tranquilidade para repensar a atuação do Estado nas áreas que lhe são
pertinentes. Em tempos de globalização econômica, e de seus poderosos efeitos,
a premência por resultados não pode ser desconsiderada. Sem desenvolvimento
econômico, não há de que se falar em geração de renda ou de empregos e nem de
melhorias que repercutam significativamente na vida do cidadão, seja quanto à
educação, à saúde ou a quaisquer outros temas que o afetam diretamente. Assim é
que os serviços sociais básicos de responsabilidade pública devem sofrer
profunda reestruturação, a fim de focar sua atuação em áreas em que sua
presença seja absolutamente necessária. Nada do que foi dito e do que
porventura esteja sendo- ou venha a ser- adotado pelo governo federal, como
solução, pode ter resultados concretos, voltamos a repetir, sem o envolvimento
de toda a sociedade brasileira. Deseja-se que o engajamento se dê de forma
crítica e atuante, com justiça, sem corrupção, sem conluios e garantindo a
transformação de nossa realidade e a preservação dos princípios democráticos e
constitucionais.
(*) Economista. Professor aposentado da UFC.
Ex-governador do Ceará.
Fonte: Diário do Nordeste, Ideias. 2/7/2021.
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