Por Henrique Soárez (*)
Entre
julho e outubro de 2020 a epidemia da covid em Fortaleza
esteve adormecida. O estado de vigilância mantido pelas autoridades sobre a
vida do cidadão não foi suficiente para evitar a 2ª onda.
Se
tivessem concentrado nas medidas mais eficazes (uso universal
de máscaras e proibição de eventos propícios à aglomeração em ambientes
fechados) as autoridades teriam obtido os mesmos resultados.
A
liberação ampla da sociedade (excetuando as atividades
notoriamente disseminadoras) não impediria a retomada das medidas de restrição
em caso de necessidade, como veio a acontecer.
Em
meados de julho/2021 estamos novamente em uma situação calma no que
concerne à pandemia. As UTIs têm vagas e as enfermarias já não
recebem casos suspeitos.
As
mortes por covid são mais raras que as mortes pelo trânsito, e mesmo assim a
sociedade é mantida em estado de calamidade pública.
A
suspensão da disciplina fiscal contrasta com o prolongamento da intervenção
do Estado sobre a vida dos cidadãos e das empresas. O Estado gasta
como quer, o cidadão e as empresas se equilibram entre dezenas de regras
residuais.
Nas
escolas o prejuízo específico fica por conta das avaliações. Os estados mais
preocupados com a qualidade do ensino já falam em retomar a
frequência obrigatória.
Professores
e portadores de comorbidades já receberam pelo menos a
primeira dose da vacina. Não existe mais motivo para manter opcional a
frequência às aulas presenciais.
Mesmo
que haja situações especiais que exijam flexibilidade, as escolas têm
condições de administrar os casos individuais. Mas a intervenção do Estado
impede a realização de avaliações fidedignas.
Não
sou contra a atuação do governo para gerir a pandemia. A gravidade do
problema demanda ações excepcionais das autoridades.
Meu
pleito é por uma abordagem que diferencie os picos/crises das
temporadas entre eles, quando o vírus pode ser descrito como endêmico.
Nos
picos faz sentido proibir tudo e liberar algumas atividades por vez. Nos vales
as proibições deveriam estar limitadas a poucas situações problemáticas e os
cidadãos e empresas deveriam ter a liberdade de agir como entendessem melhor,
respeitados os eventuais protocolos sanitários.
(*)
Engenheiro eletricista, diretor do Colégio
7 de Setembro e da Uni7
Fonte: Publicado In: O Povo, de 15/7/21. Opinião, p.18.
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